Quase 2 mil pessoas foram encontradas mortas depois que o terremoto de magnitude 7,2 derrubou e danificou prédios no Haiti, incluindo igrejas, na manhã do último sábado, 14 de agosto. São ao menos 1.941 mortos, segundo números preliminares divulgados nesta terça.

O tremor na região sudoeste do Haiti deixou quse 10 mil feridos, com milhares de desabrigados. Uma agência norte-americana de monitoramento geológico avalia que a contagem de mortos deve subir ainda mais.

Grupos cristãos dizem que também estão estimando os danos e a necessidade de fornecer assistência humanitária imediata. De acordo com o Escritório de Proteção Civil do Haiti, grande parte da população reside em estruturas que são vulneráveis a abalos sísmicos.

“As ruas estão cheias de gritos”, disse ao The New York Times o arqui-diácono Abiade Lozama, chefe de uma igreja episcopal em Les Cayes. “As pessoas estão procurando, por entes queridos ou recursos, ajuda médica, água”.

O país, que em 2010 sofreu um terremoto que deixou 200 mil mortos, ainda não havia se recuperado totalmente das crises resultantes da tragédia. Lozama estava se reunindo com professores e pais para discutir os planos de voltar à escola na retomada pós-pandemia quando o terremoto atingiu Les Cayes.

O terremoto, que ocorreu por volta das 8h30, horário local, atingiu um raio de 8 quilômetros na cidade de Petit Trou de Nippes, que fica a 150 km a oeste da capital Porto Príncipe, e foi sentido em todo o Caribe.

“As pessoas estão sentadas esperando por uma palavra, e não há nenhuma palavra – nenhuma palavra de sua família, nenhuma palavra sobre quem vai ajudá-los”, disse Lozama.

“Quando acontece uma catástrofe dessas, as pessoas esperam por uma palavra ou algum tipo de confiança do Estado. Mas não há nada. Nenhuma ajuda”, desabafou o líder cristão.

O terremoto de magnitude 7,2 no sábado foi mais poderoso do que o tremor de 7,0 que atingiu a ilha em 2010. O professor Richard Olson, da Florida International University, está no país estudando a política local para reação a desastres e se apavorou: “Minha reação inicial foi ‘Caro Senhor, que não seja outro como aquele’”.

“Estamos no meio da temporada de furacões. Eles nunca se recuperaram realmente do evento de 2010, e depois do assassinato [do presidente] e da instabilidade política que o cerca. Estou quase com medo de qualquer outra coisa que possa dar errado”, acrescentou.

Ajuda humanitária

Organizações cristãs disseram estar se preparando para fornecer assistência à população atingida: “Junto com os efeitos de um terremoto cujos danos não foram avaliados oficialmente, temos uma pandemia e a ameaça da tempestade tropical Grace, que deve atingir o território haitiano no [próximo] domingo”, Marcelo Viscarra, diretor nacional da organização evangélica de ajuda Visão Mundial.

De acordo com o The Christian Post, a Visão Mundial disse que direcionou suprimentos para fornecer assistência humanitária imediata a 6 mil pessoas, e também está mobilizando pessoal para Les Cayes para estimar com precisão os danos e as necessidades das famílias mais afetadas.

A filial da organização cristã de apoio a crianças Compassion International no Haiti disse que sua equipe de resposta a desastres foi para o país para ajudar crianças e pais afetados pelo terremoto.

A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais também está fornecendo ajuda de emergência. O grupo disse em um comunicado que foi uma das organizações de primeiros socorros a chegar à área afetada.

“A partir de nossas avaliações, a principal preocupação é cuidar dos feridos”, disse Elian Giaccarini, coordenador de gerenciamento de emergência da ADRA para o Caribe.

“Neste momento, estão sendo feitas avaliações dos danos. Um dos principais desafios é a extrema complexidade dos territórios de ‘gangues’ que não permitem fácil acesso às áreas afetadas. Também estamos preocupados com a tempestade Grace e a já delicada situação no Haiti devido à violência e ao deslocamento massivo de populações. A situação é extremamente complexa”, contextualizou Giaccarini.

Fonte: Gospel Mais

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