O pastor Tim Keller luta contra o câncer de pâncreas em estágio 4 desde 2020. (Foto: Facebook/Timothy Keller).
O pastor Tim Keller luta contra o câncer de pâncreas em estágio 4 desde 2020. (Foto: Facebook/Timothy Keller).

Morreu nesta sexta-feira (19), o pastor e autor Timothy Keller, aos 72 anos, após lutar por dois anos contra um câncer no pâncreas em estágio avançado. Nos últimos dias, ele estava recebendo cuidados paliativos em casa, conforme informação da família.

Nas redes sociais, Michell Keller, filho do pastor, disse que o pai expressou gratidão pelas orações que recebeu durante a batalha contra o câncer. Ele afirmou também que Tim estava em paz com Deus. “Em oração, há duas noites ele disse: ‘Sou grato por todas as pessoas que oraram por mim ao longo dos anos. Sou grato pela minha família, que me ama. Sou grato pelo tempo que Deus me deu, mas estou pronto para ver Jesus. Mande-me para casa”.

Tim Keller fundou a Redeemer Presbyterian Church, localizada na cidade de Nova York, nos EUA, onde ministrou por quatro décadas. Ele também lançou uma rede de plantação de igrejas, cofundou a The Gospel Coalitionm além de escrever vários livros best-sellers sobre Deus, o Evangelho e a vida cristã. Entre suas obras estão “Ego Transformado”, “A Cruz do Rei”, “A Fé na Era do Ceticismo”, “Deuses Falsos” e “Justiça Generosa”.

No Brasil, Vida Nova começou a publicar as obras de Tim, em 2012. “Desde então, temos publicado toda a sua bibliografia. Em 2022, ele escreveu a última obra intitulada “Forgive: why should I and how can I?”, que será lançada no Brasil ainda neste ano”, enfatiza Sergio Moura, produtor editorial da Vida Nova.

Legado

Sergio ressalta que o legado de Tim Keller transcende sua morte. “Sua influência continuará a ser sentida através de seus escritos, sermões e o impacto duradouro que ele teve em inúmeras vidas. Sua abordagem intelectualmente rigorosa e sua compaixão sincera tocaram aqueles que estavam em busca de respostas e esperança. Seu trabalho inspirou uma geração de líderes religiosos a abraçar a fé com intelecto e coração, buscando ativamente a transformação pessoal e social”.

Segundo Sergio, a morte de Tim Keller é uma perda significativa para a comunidade cristã e para todos que admiravam sua sabedoria e influência. “Seu legado será lembrado como um farol de esperança e fé e continuará a inspirar muitos”.

Eram frequentes as pregações de Tim Keller sobre o pecado, a graça e a idolatria. Ele afirmou que as pessoas estão quebradas e sabem disso. Mas elas não entenderam que só Jesus pode realmente consertá-las. Somente a graça de Deus pode satisfazer seus anseios mais profundos.

O escritor e editor Marcos Simas destaca que Keller era uma voz de diálogo com a cultura contemporânea que mostrava autoridade lógica e espiritual nos argumentos. “Visitei uma vez sua igreja e participei do evento Questioning Christianity, que acontecia no meio da semana, quando ele respondia os questionamentos de um grande espectro de participantes. A maioria dos presentes eram jovens. Humilde e corajoso, ele procurou responder a todos. No final acontecia ainda um bate-papo com lanche onde a conversa era continuada de forma mais pessoal com ele. Me impressionou muito isso”.

Daqui a cinquenta anos, escreveu um editor do Christianity Today, “se os cristãos evangélicos forem amplamente conhecidos por seu amor pelas cidades, seu compromisso com a misericórdia e a justiça e seu amor ao próximo, Tim Keller será lembrado como um pioneiro dos novos cristãos urbanos”.

“Em vez de viver com medo da morte, devemos considerá-la uma sacudida espiritual para nos despertar da falsa convicção de que viveremos para sempre. Em um funeral, especialmente de um amigo ou de um ente querido, ouça Deus falar com você, dizer-lhe que tudo na vida é temporário, exceto o amor dele. Essa é a realidade. Tudo nesta vida será tomado de nós, exceto uma coisa: o amor de Deus, que pode nos acompanhar na morte, nos fazer atravessá-la e nos levar para os braços dele. Essa é a única coisa impossível de perder. Sem o amor de Deus para nos acolher, sempre nos sentiremos radicalmente inseguros, e devemos nos sentir dessa forma”, pregou Timothy Keller.

Fonte: Comunhão

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