De acordo com a denúncia do Ministério Público, os presos que não pagam dízimo à Igreja Universal estão sofrendo discriminação na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.

A Igreja Universal do Reio de Deus (IURD) está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado do Mato Grosso por causa de denúncias feitas contra a denominação em sua atuação dentro de presídios. De acordo com a denúncia, os presos que não pagam dízimo à Igreja Universal estão sofrendo discriminação na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.

De acordo com as denúncias, para o preso mudar de ala ou ter algumas outras regalias dentro da penitenciária ele precisa pagar o dízimo para os integrantes da IURD. As investigações começaram depois de uma vistoria na penitenciária, durante a qual um presidiário afirmou ter ficado de “castigo” por não ter dinheiro para pagar o dízimo.

“Os caras cobram e quem não paga não tem direito nem à água gelada e quem paga tem até filme pornô”, disse o detento, de acordo com o portal de notícias 24 Horas News.

Confirmando as denúncias de extorsão, o promotor Célio Wilson de Oliveira, da Vara de Execuções Penais, falou sobre o trabalho de investigação e afirmou que “as investigações estão se prologando mais do que se imaginava”.

O Ministério Público já conseguiu comprovar que o dízimo era realmente cobrado e quem estivesse em dia com o pagamento se tornava “intocável”, podendo fazer de tudo, como se estive em casa. As investigações incluíram a apreensão de computadores, documentos de registros contábeis e objetos que pastores da Universal estavam usando dentro da penitenciária.

O promotor Joelson de Campos Maciel falou sobre o assunto. Segundo ele, o trabalho das igrejas dentro das penitenciárias não pode estar relacionado ao pagamento de contribuições financeiras, prática que é proibida pelo CNPC (Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária), ele afirma ainda que “a igreja que tem que ajudar o preso e não o preso que tem que ajudar a igreja”.

[b]Mãe de detento é obrigada a pagar dízimo à ala evangélica de presídio

Mãe de um detento no Centro de Ressocialização de Cuiabá (MT) disse que tem de pagar dízimo a representantes de igrejas para que seu filho obtenha a proteção da ala dos evangélicos. Afirmou que outros parentes de presos têm de fazer o mesmo.

“Eles [os presos] são obrigados a pagar dízimo todo domingo”, disse a mulher, que pediu que seu nome fique sob sigilo. “O quanto a gente levar [para os detentos] tem que dividir com eles [representantes de igrejas].”

De acordo com ela, o dízimo é pago semanalmente, aos domingos. “Lá dentro [do presídio] têm os presos que são pastores e são eles que dão um jeito de arrecadar [dinheiro] de quem é daqui de fora.”

Dilton Matos de Freitas, diretor do presídio, afirmou que já tinha recebido denúncias sobre a extorsão. “Pedimos [aos presos] que mudassem o jeito de tratar os colegas de celas e que parassem de cobrar o dízimo.”

A mãe do detento disse que quem não paga dízimo sofre represálias. “O preso é humilhado, forçado a fazer coisas”, afirmou. “Provocam o preso para briga.”

Para ela, a única coisa de boa da ala evangélica é que seus integrantes leem a Bíblia. “Quanto ao resto, o que fazem é tudo errado. Eles extorquem dinheiro das pessoas, maltratam os presos. Isso não é de Deus.”

O Centro de Ressocialização tem 1.250 detentos. Desse total, cerca de 700 estão na ala dos evangélicos.

[b]Fonte: MT Agora e Paulopes[/b]

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