Tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa da Paraíba, Medida provisória que dispõe sobre a criação dos cargos de delegado titular e de chefe de cartório da delegacia Especializada de Crimes Homofóbicos da capital. Segundo a Astrapa (Associação dos Travestis), nos múltimos dez anos, 82 homossexuais foram assassinados no estado.

A alegação do governo para a criação da delegacia coincide com os argumentos dos grupos de homossexuais, que têm denunciado o aumento de crimes contra gays, o chamado “heterossexismo”.

”Esses crimes também ocorrem com freqüência em nosso estado, processo que se revela contínuo, exigindo da administração pública os sucessivos ajustes que essa nova realidade impõe, para garantir aos homossexuais a cidadania, proteção e segurança”, acentua a mensagem.

Segundo o presidente da Associação dos Travestis da Paraíba (Astrapa) Fernanda Benvenutti, os crimes geralmente são praticados com requintes de crueldades e configuram preconceito contra os homossexuais.

“Mesmo não tendo relações sexuais, mesmo não tendo nenhuma ligação entre o agressor e as vítimas, a maneira com que os crimes foram cometidos é uma prova de que o assassino quer demonstrar para a sociedade que está tirando do mundo um ser inferior, querendo mostrar que aquele ser é a escória e é isso que caracteriza a homofobia, que é crime e precisa ser combatido com rigidez”, disse Benvenutti.

De acordo com Benvenutti, os crimes contra homossexuais paraibanos estão voltando a acontecer por conta da impunidade. “Nos últimos 10 anos, 82 homossexuais foram assassinados na Paraíba e muitos, a maioria deles, o assassino ficou impune. E é essa impunidade que faz com que outros crimes aconteçam”, revelou.

O deputado Nivaldo Manoel(PPS), que integra a bancada evangélica na AL, disse que ainda não tinha lido a Medida provisória do governo, mas que vai se posicionar sobre o assunto.

Fonte: Paraíba online

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