A perseguição contra os refugiados cristãos que vivem em um centro de acolhimento alemão levou a medidas drásticas para reduzir a violência religiosamente motivada, segundo relatos da Missão Portas Abertas.
A organização que apoia a igreja perseguida em todo o mundo lançou na última segunda-feira (24), um estudo de caso em um centro para refugiados em Rotenburg, na Alemanha central.
Os pesquisadores descobriram que os cristãos que vivem no centro enfrentaram ameaças de morte de refugiados muçulmanos, e foram “condenados” por “conselhos Sharia” não oficiais.
Em 10 de julho, um número de refugiados cristãos retornva da igreja, quando encontrou um aviso em um dos quartos que dizia: “Para todos os muçulmanos: agora é o momento para decapitar os incrédulos”.
Os cristãos se mudaram temporariamente para viver em uma igreja local, buscando evitar o ataque.
Um refugiada iraniana disse aos jornalistas que uma noite, um grupo de homens gritou: “Quem encontrar uma mulher iraniana hoje pode estuprá-la e matá-la. Matem todos elas. Vocês pode fazê-lo em todos os lugares. Onde quer que vocês as encontrem, vocês podem fazer isso”.
“Nós viemos aqui para ter uma vida livre, mas agora estamos sendo oprimidos fortemente”, disse ela. “É como estar sob domínio do ‘Daesh’ [Estado Islâmico]: Nos sentimos muito oprimidos. Estou vivendo sob pressão constante e não aguento mais. Ninguém sabe que sou cristã, pois estou com medo de que eles possam descobrir mais sobre isso no Irã. Eu estou vivendo sob constante medo e opressão”.
Outra iraniana cristã disse que uma mulher muçulmana pegou uma Bíblia e a rasgou em pedaços.
“Eu fugi do Irã, porque eu quero viver e agora o mesmo está acontecendo comigo aqui, mais uma vez”, disse ela. “Eu estou vivendo com medo aqui, neste abrigo, porque mais uma vez todo mundo está me perguntando: ‘Por que você é cristã? Fugi por causa desses ataques e agora eu tenho que viver com isso em um espaço tão confinado”.
Um terceiro refugiado recordou uma ameaça de morte em junho.
“Eles me disseram: ‘Nós vamos te matar, por você ter se tornado um cristão e de ter deixado a sua religião”, contou.
A Portas Abertas gravou os testemunhos de 32 refugiados afetados por ataques religiosamente motivados no centro de Rotenburg, de países como Irã, Síria, Eritreia e Iraque. Alguns deles disseram que as equipes de segurança no Centro não levaram as suas preocupações a sério, e que eles estavam com medo de relatar incidentes à polícia.
[b]Estupros e ataques
[/b]
O estudo de caso segue um relatório mais amplo, lançado pela Portas Abertas no início deste mês, que constatou que centenas de refugiados cristãos haviam sido espancados e abusado sexualmente em campos de refugiados alemães.
Um total de 743 cristãos e 10 yazidis foram vítimas de ataques religiosamente motivados em campos de refugiados, entre os meses de Fevereiro e Setembro de 2016, segundo o relatório mostrou, mas advertiu que este cenário era apenas a “ponta do iceberg”.
O relatório apontou que “um número de casos não notificados” ainda precisa ser assumida, enquanto apenas 17 por cento dos refugiados afetados relataram os incidentes à polícia, porque temiam que sua situação pudesse piorar.
No centro de Rotenburg, no entanto, foram tomadas medidas para melhorar as tensões religiosas. Os cristãos já foram alojados juntos em uma parte separada do composto e funcionários cristãos foram contratados para supervisionar esse grupo de refugiados.
“Uma vez que estas alterações foram feitas, não houve relatos de ataques por motivos religiosos no centro”, a Portas Abertas relatou.
[b]Fonte: Guia-me[/b]