VaticanoUma mudança da posição do Vaticano quanto ao uso do preservativo “não está na agenda”, afirmou um oficial doutrinário, monsenhor Angelo Amato, citado nesta segunda-feira pela mídia eletrônica religiosa.

“Independentemente do uso de preservativos ser lícito… não parece para mim estar em vista”, disse Amato ao Avvenire, o jornal da Conferência dos bispos italianos, publicado no domingo. Vários relatos, incluindo do cardeal italiano Carlo Maria Martini, sugerem que o preservativo pode ser um “mal menor” em certos casos, como um casal no qual um dos parceiros tem Aids ou é soropositivo.

“Opiniões nestes assuntos vindos de instituições ou personalidades eclesiásticas, por mais respeitáveis que sejam, não possuem a autoridade que a mídia sugere”, afirmou Amato.

As recomendações da Igreja para evitar a disseminação da Aids ainda são castidade, abstinência e fidelidade conjugal.

A Congregação do Vaticano para a Doutrina de Fé, liderada pelo Papa Bento XVI antes de sua eleição como pontífice, em abril de 2005, é cobrada pela validade de posições dogmáticas assumidas pela Igreja. Amato disse que a congregação estudou rever questões bioéticas levantadas no “Donum Vitae”, um documento de 1987.

O objetivo não é “abolir o documento anterior, mas confrontar várias questões bioéticas e biotecnológicas presentes que eram impensáveis na época”, acrescentou.

Amato comentou que “novos desafios” surgiram “como se um embrião fosse considerado um produto biológico e um ser humano”, enquanto para a Igreja Católica, “consideração para um embrião humano é um princípio antropológico não negociável”.

O religioso não pode dizer quando o dossiê será submetido ao Papa.

Fonte: AFP

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