As multidões furiosas de fanáticos religiosos não são problemas apenas na Índia, elas também estão presentes nos Países do Golfo, como Paquistão. Asad* viu sua casa e igreja serem destruídas pela intolerância religiosa.
Pela manhã, o cristão de 50 anos costumava acompanhar a filha até o ponto de ônibus, para que ela fosse em segurança para a faculdade. Na volta, parava na tenda onde era sua igreja, varria o chão e orava para começar o dia.
Em 16 de setembro, Asad cumpriu sua rotina e voltou para casa, quando ouviu gritos e alguém dizendo: “A multidão está chegando e eles estão com raiva!”. O cristão se escondeu atrás de um muro e viu uma igreja próxima ser atacada. “Eles pegaram tudo que pudesse ser vendido e carregaram em caminhões. Em seguida, derramaram ácido sobre outros itens. Eu os vi pisotear as cruzes e as Bíblias. Parecia que eles não tinham nenhum sentido – apenas ódio cego. Eles despejaram combustível e incendiaram as Bíblias e as observaram queimar, só foram embora quando ficaram satisfeitos”, testemunha o cristão.
A tenda onde Asad se reunia com outros cristãos ficou intacta, até seu vizinho Atif* chamar os homens de volta para destruir o local. “Eles voltaram, derrubaram nossa linda e preciosa tenda de oração e adoração e jogaram tudo no fogo. Normalmente, não guardamos as Bíblias lá, mas tudo o que encontraram, eles trouxeram e queimaram cruelmente”, lamenta o paquistanês.
Asad viu as igrejas e casas serem queimadas e temeu pela segurança da filha. Mas ouviu a voz da jovem chamando por ele e sentiu-se melhor por tê-la em seus braços. A garota soube do ataque e foi para casa de uma tia, depois pediu para encontrar com o pai. “Hoje não tenho nada. Vi minha casa e meu local de culto queimarem diante dos meus olhos. Eu estava indefeso. Vi meus vizinhos nos trair. Nunca lhes fizemos mal algum; sempre os respeitamos”, explica Asad.
*Nomes alterados por segurança.
Fonte: Portas Abertas