O papa Francisco irá participar das celebrações pelos 500 anos da Reforma Luterana, anunciou o Vaticano nesta segunda-feira (25). A visita histórica à Lund, na Suécia, ocorrerá no dia 31 de outubro de 2016.

“Sua Santidade Francisco está animado para fazer parte da cerimônia conjunta entre a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial, para comemorar o 500º aniversário da Reforma”, informou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, acrescentando que “certamente, trata-se de um gesto de diálogo muito notável e significativo”.

[img align=left width=300]http://www.folhagospel.com/imagem/PapaFranciscoLegal_big.jpg[/img]O anúncio ocorre exatamente no último dia da semana de orações para a unidade dos cristãos, que culminará com uma missa no fim desta tarde na Basílica de São Pedro.

Para o monsenhor Brian Farrell, que é o responsável pelo Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, esse será um evento que levará à “uma melhora” na vida cristã.

“Todas as outras celebrações da Reforma foram momentos de conflito, de triunfalismo de uma parte ou de outra. Dessa vez, buscaremos comemorar juntos as coisas justas, boas, que emergiram daqueles conflitos terríveis com consequências de grande violência na história da Europa. Mas, no fundo, há aqueles impulsos positivos da reforma, da melhora na vida da Igreja que hoje podemos comemorar”, destacou Farrell.

A celebração de outubro, que dará início a um ano de festividades pela reforma de Martinho Lutero, será presidida por Francisco, pelo presidente da Federação Luterana Mundial, bispo Munib A. Younan, e pelo secretário-geral da mesma entidade, reverendo Martin Junge.

O evento terá como base o guia da liturgia católico-luterana, “Common Prayer” (“Orações em comum”), publicado recentemente. Em um comunicado assinado por ambas as partes, entende-se a importância do momento.

“A Federação Luterana Mundial vai comemorar o aniversário da Reforma em um espírito de responsabilidade ecumênica. Estou profundamente convicto de que operando a reconciliação entre luteranos e católicos operaremos a justiça, a paz e a reconcialição em um mundo dilacerado pelos conflitos e pela violência”, ressaltou o reverendo Yunge.

Já o arcebispo Antje Jackelén, da Igreja da Suécia, ressaltou que a oração ecumênica deve ressoar “para a contribuição da unidade dos cristãos no nosso país e no mundo”.

A participação do Pontífice na cerimônia de Lund foi possível por causa de um documento assinado em 1999 entre as duas instituições, a “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação” – o problema teológico mais importante que dividia as duas religiões. No documento, que também foi adotado pelo Conselho Metodista Mundial em 2006, há a anulação de disputas seculares entre católicos e luternos sobre as verdades fundamentais da doutrina da justificação, que estava no centro da Reforma do século 16.

Esse texto foi a primeira tentativa das duas partes de descrever juntas, em nível internacional, a história da Reforma e de suas intenções.

– Unidade cristã: Essa não é a primeira vez que o Papa tenta unir as religiões cristãs – separadas por séculos de disputas. No ano passado, Jorge Mario Bergoglio se reuniu com lideranças da Igreja Ortodoxa e chegou a cogitar a união da celebração da Páscoa entre as duas entidades. Atualmente, as igrejas fazem a celebração com uma semana de diferença.

O sucessor de Bento XVI ainda tenta, mas sem sucesso, reunir-se com os líderes da Igreja Ortodoxa russa.

[b]Fonte: O Repórter[/b]

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