Até onde você iria para defender o que acredita? No filme “A Caminho da Fé”, que estreia 13 de abril na Netflix, o bispo pentecostal Carlton Pearson (Chiwetel Ejiofor) põe sua carreira, família e futuro em risco ao questionar dogmas da Igreja, quando passa a pregar que o único inferno existente é o criado pelo homem e a salvação independe da religião.
A produção é baseada numa história real apresentada no programa de rádio americano “This American Life” e conta com direção de Joshua Marston.
No início dos anos 90, Carlton Person era bispo da igreja pentecostal de Tulsa, Oklahoma. Sua paixão pela religião e boa oratória transformaram-no em um dos religiosos mais populares do estado, capaz de lotar todas as semanas sua congregação com brancos e negros.
No entanto, apesar de tudo estar indo bem em sua carreira, com cada vez mais devotos e emissoras de televisão transmitindo suas pregações para todo o país, o suicídio de seu tio na prisão leva Carlton a uma crise de fé.
Ao mesmo tempo, após o genocídio em Ruanda, que em 1994 levou ao assassinato de 800 mil ruandeses da etnia tutsi pela maioria hutu devido a conflitos étnicos, Carlton entra em um confronto moral, por não se considerar mais capaz de pregar que as famílias vítimas da violência estão condenadas eternamente ao inferno por não terem se convertido antes.
Dessa maneira, enquanto procura por respostas na Bíblia, o bispo ouve uma voz que lhe diz sobre a salvação universal independente da religião e das crenças pessoais.
Ao interpretar o acontecimento como um chamado divino, Carlton rapidamente começa a levar sua nova visão para suas pregações. Isso causa grande revolta entre muitos devotos, que o abandonam por outras igrejas com ideais mais conservadores.
Apesar de ser taxado como herege e constantemente pressionado pela associação afro-americana de bispos pentecostais a voltar atrás com suas palavras, Carlton se mantém firme em suas convicções e em sua fé.
Fonte: Correio do Estado