A Nigéria se tornou o país mais letal para os cristãos, superando a Coreia do Norte, conhecida por seu regime totalitário. A informação foi divulgada na “Lista Vermelha de 2025” pela missão Global Christian Relief, na última terça-feira (7).
O relatório, que classifica os países mais perigosos para os cristãos, apresenta dados verificados sobre assassinatos, prisões, deslocamentos forçados e ataques à propriedade. Nos últimos dois anos, a Nigéria se tornou o local mais hostil para os cristãos, com quase 10 mil mortos, principalmente devido a grupos terroristas como o Boko Haram e afiliados do Estado Islâmico.
De acordo com o levantamento, os países africanos dominam as quatro primeiras posições entre as nações mais perigosas para os cristãos. Além da Nigéria, estão a República Democrática do Congo, Moçambique e Etiópia. A Rússia ocupa o 5º lugar.
A Índia registrou o maior número de ataques a residências e igrejas cristãs, em grande parte perpetrados por grupos nacionalistas hindus, que têm como alvo comunidades minoritárias. Brian Orme, presidente-executivo interino da Global Christian Relief, destacou que, apesar dos desafios enfrentados em locais como Nigéria, China e Índia, há uma notável resiliência nessas comunidades. “Mesmo nas circunstâncias mais sombrias, a Igreja não apenas sobrevive, mas se fortalece — milhões estão escolhendo seguir Jesus, apesar dos riscos”, afirmou.
A Global Christian Relief também revelou que, em 2023, no Azerbaijão, os militares forçaram toda a população cristã de Nagorno-Karabakh a fugir, representando o maior deslocamento forçado de cristãos no mundo. Por outro lado, a China liderou em prisões de cristãos, com mais de 1.500 detidos, o que é mil a mais do que a segunda maior contagem, a da Eritreia, com 475 prisioneiros. A Coreia do Norte está em 5º lugar em termos de prisões, embora seu regime totalitário impeça o acesso a dados verídicos.
“Os dois anos de relatórios da Lista Vermelha revelam onde as comunidades cristãs enfrentam as maiores ameaças e nos ajudam a direcionar o apoio necessário para essas regiões”, explicou Orme.
A metodologia usada pela Lista Vermelha é baseada em dados do Violent Incidents Database, um projeto do International Institute for Religious Freedom, que compila informações de entrevistas de campo, parceiros de pesquisa e relatos de incidentes, incluindo apenas casos verificados.
Ron Boyd-MacMillan, chefe de pesquisa e estratégia da Global Christian Relief, ressaltou a importância da advocacia global para combater a violência contra cristãos. “Falar por mais liberdade tem um efeito poderoso, e já vimos isso várias vezes. Nossa esperança é que as administrações e as pessoas ao redor do mundo se unam a nós na defesa dos perseguidos”, afirmou.
Fonte: Comunhão com informações de The Washington Times