Durante cerimônia no palácio presidencial de La Moneda, onde foi recebido pela presidente chilena, Michelle Bachelet, o papa fez seu primeiro pronunciamento no país, marcado por uma “mea culpa”, em uma tentativa de recuperar a credibilidade da Igreja Católica no país.
“Aqui não posso fazer menos do que exprimir a dor e a vergonha que sinto perante um dano irreparável causado a crianças por parte dos ministros da Igreja. Desejo unir-me aos meus irmãos no episcopado porque é justo pedir perdão e apoiar com todas as forças as vítimas, enquanto devemos nos empenhar para que isso não se repita”, disse Francisco.
O reconhecimento acontece no momento em que um grupo de fiéis mantém críticas contra um bispo chileno acusado de proteger um clérigo influente acusado de repetidos abusos sexuais contra menores.
Os escândalos levaram a algumas manifestações planejadas contra a presença do pontífice, que chegou na segunda-feira ao Chile para uma visita de quatro dias, nos quais irá se dirigir não só a católicos mais fervorosos, mas também a indígenas e imigrantes que pedem um tratamento mais justo em um país onde a desigualdade é um persistente flagelo.
O papa desembarcou na capital do Chile na noite de segunda-feira (15) e, ao chegar à Nunciatura, onde ficará hospedado nos três dias de viagem.
Igrejas queimadas
Horas depois do papa Francisco desembarcar no Chile, nesta segunda-feira (15), três igrejas católicas foram incendiadas no país. Com essas, já são nove o número de igrejas que foram alvos de incêndio em todo o território chileno, num protesto contra a visita do pontífice.
Duas das instituições ficam na cidade de Cunco, a 700 quilômetros de Santiago, onde papa Francisco está hospedado nesta terça-feira (16). O outro incêndio ocorreu durante a noite na paróquia Mãe da Divina Providência, em Puente Alto, na periferia de Santiago.
Todas as igrejas que foram atacadas passaram por explosões de bombas caseiras, que destruíram partes delas, pelo país. Apesar dessas últimas três não terem sido reivindicadas, os ataques são investigados como ações de grupos anarquistas.
Além do fogo, as instituições sofreram pixações. Os criminosos espalharam ainda panfletos com ameaças contra o papa. “a próxima bomba será dentro da sua batina”, dizia um dos panfletos. “Pelo papa, milhões. Pelos pobres, morremos em nossas aldeias”, denunciava uma das pixações.