Na primeira canonização realizada pela Igreja Católica em solo americano, o papa Francisco tornou santo o padre franciscano Junípero Serra, criticado por ter agredido índios americanos.

A cerimônia foi realizada na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição, em Washington, nesta quarta-feira (23).

Em 1769, Serra deixou a Espanha, onde nascera, para evangelizar a população no que é hoje a costa da Califórnia.

Segundo a Conferência de Bispos Católicos dos EUA, o sacerdote tinha uma visão paternalista dos índios e os açoitava como forma de puni-los por desrespeitar regras.

As críticas se estendem à sua incompreensão e agressão a hábitos culturais da população local.

Ao mesmo tempo, Serra agia para proteger mulheres de soldados espanhóis e evitou a execução de homens acusados de terem matado missionários.

O padre foi canonizado por ter evangelizado dezenas de milhares de pessoas em uma expedição considerada perigosa, à qual ele se voluntariou.

Na canonização, o papa elogiou o esforço de Serra para integrar às missões pessoas que viviam nas redondezas, “permitindo que aprendessem os fundamentos do catolicismo”.

Entre as missões fundadas por Serra estão as que deram origem às cidades de Los Angeles, San Francisco e San Diego.

Na Califórnia, é um personagem histórico, estudado nas escolas. Sua importância é confirmada por sua estátua no Capitólio, em Washington –junto à de Ronald Reagan–, representando o Estado da costa oeste.

Sua canonização tem significado estratégico para a Igreja Católica nos EUA, por ser o primeiro santo que pode ser identificado com a comunidade latina dos EUA.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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