Notícias de que as autoridades teriam proibido o uso do véu integral muçulmano em universidades causaram um debate público pouco comum na Síria.
Dois sites sírios informaram que o Ministério de Educação Superior proibiu na semana passada o niqab, véu que deixa apenas os olhos descobertos, em universidades. Na prática, esse tipo de véu raramente é usada por estudantes na maioria das faculdades.
O ministro de Educação Superior sírio, Ghiath Barakat, se recusou a confirmar a decisão, dizendo em reunião oficial nesta terça-feira que o governo prefere que “a sociedade tome a liderança em combater o extremismo”.
Presidentes de várias universidades disseram publicamente não ter recebido instruções para proibir o véu integral. Um reitor, porém, disse em particular que sua universidade recebeu a ordem de uma divisão do governo de não aceitar estudantes que usem o véu.
O assunto é delicado na Síria, onde o governo é controlado desde 1963 pelo partido Baath, que foi fundado em princípios nacionalistas seculares. Países ocidentais acusam o governo de equipar militantes islâmicos e infiltrá-los no Iraque, acusação que a Síria nega.
[b]Contra o véu [/b]
Na semana passada, a câmara baixa do Parlamento francês aprovou um projeto de lei que prevê multas para mulheres usando véu integral.
Há três meses, a câmara baixa do Parlamento da Bélgica proibiu todas as vestimentas que cobrem totalmente ou parcialmente o rosto.
A Universidade Al Azhar no Egito, um dos centros acadêmicos sunitas mais proeminentes, proibiu o niqab entre estudantes e professores no ano passado, mas a decisão foi revogada por uma corte no Cairo em janeiro.
O advogado Bassam al Aisami defende que proibir o niqab viola a liberdade de crença, que, segundo ele, é garantida pela Constituição síria.
As universidades sírias estão nas férias de verão e as inscrições para o próximo semestre começa em entre uma e duas semanas.
[b]Fonte: Folha Online[/b]