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Polícia do Equador investiga mortes de crianças atribuídas ao demônio

A polícia do Equador investiga, na capital Quito, as mortes de duas crianças de uma mesma família que foram atribuídas ao demônio, informou neste domingo (7), a emissora local “Telecentro”.

Segundo informações da TV, elas foram encontradas mortas na casa da família, junto a seus pais e outras três crianças, que estavam desmaiadas, com sintomas de intoxicação ou asfixia.

A família pertencia a uma comunidade cristã não identificada, mas um de seus membros disse que “entendia” que as mortes ocorreram por causa de “um ataque diabólico” e que a única coisa que podia ser feita era “rezar para repreender o demônio que estava dentro de todos os integrantes desta família”, informou a emissora de TV.

Baseada em versões dos vizinhos, a “Telecentro” informou que os pais das cinco crianças começaram gritar que “o demônio os estava atacando e que seus filhos começavam a morrer por asfixia”.

Testemunhas disseram à polícia que aparentemente a família realizava algum tipo de ritual em sua casa.

Sem divulgar nomes, os policiais afirmaram que um homem que costumava freqüentar a mesma igreja da família disse que recebeu uma ligação do pai das crianças afirmando que “o diabo estava enforcando e matando-as”.

Ao entrar na casa por uma de suas janelas, os bombeiros encontraram as cinco crianças e os dois adultos no chão. Duas dessas crianças, de cinco e dez anos, estavam mortas, enquanto os outros membros da família foram internados em dois hospitais da capital equatoriana.

Os policiais que investigam as causas da morte dos menores e a situação dos outros membros da família detiveram um dos pastores que rezava junto à ambulância que transportava as vítimas.

Fonte: G1

Antes heresia, astronomia agora ganha dinheiro da Igreja católica

A astronomia guarda fortes traumas da Igreja Católica. Um episódio que nunca deixará de ser lembrado envolve Galileu Galilei. No século 17, o astrônomo italiano foi levado a um tribunal católico por defender que era a Terra que girava em torno do Sol.

Era uma afronta supor que a Terra, essa importante criação de Deus, não era o centro do universo. Os inquisidores o condenaram a prisão domiciliar e o obrigaram a renunciar publicamente à teoria heliocêntrica.

A Igreja Católica de hoje tem feito esforços para se redimir desse passado. Em 1992, desculpou-se pelo julgamento equivocado de Galilei. Na semana passada, o Observatório Astronômico Vaticano organizou em Roma, na Itália, uma conferência científica sobre galáxias, com a participação de pesquisadores do mundo inteiro, inclusive do Brasil.

Sim, o Vaticano é dono de um observatório astronômico, com telescópios modernos e de altíssimo nível. ‘Não vejo contradição entre ciência e fé’, disse ao Estado o jesuíta argentino José Funes, diretor do Observatório Astronômico Vaticano.

Funes, de 44 anos, especializou-se nas galáxias em forma de disco. Ele ilustra sua convicção: ‘Pela ciência, a melhor explicação hoje para o surgimento do universo é o Big Bang (gigantesca explosão ocorrida há 14 bilhões de anos). Pela fé, sabemos que Deus é o criador de tudo, que o universo surgiu pela vontade do Pai’.

Europa e América

O Observatório Vaticano está presente em dois continentes. A sede fica na residência de verão dos papas, o bucólico Castelo Gandolfo, a poucos quilômetros de Roma. O centro de pesquisas propriamente dito está localizado no interior do Estado do Arizona, nos Estados Unidos. As duas bases custam aos cofres católicos cerca de US$ 1 milhão por ano.

Em sua página na internet, numa seção voltada aos visitantes leigos, a instituição faz questão de deixar claro que os telescópios não são utilizados com o objetivo de procurar ‘algo divino lá em cima’. O observatório é católico, mas não tem fins religiosos. ‘Nem com um telescópio potentíssimo poderíamos ver Deus. Ele está além do universo, por trás de tudo que existe’, acrescenta Funes.

Nos trabalhos científicos do observatório, o Vaticano não faz nenhum tipo de interferência. A escolha dos diretores, na prática, não precisa do aval do papa. Por isso, a instituição é respeitada internacionalmente. Tem acordos de cooperação com a Nasa, a agência espacial dos EUA. Seus padres astrônomos publicam estudos em prestigiosas publicações científicas. Recentemente, o observatório ganhou da multinacional Hewlett-Packard (HP) US$ 100 mil em equipamentos de computação.

Luzes de Roma

A Igreja começou a se interessar pela astronomia no século 16, no pontificado de Gregório XIII. O papa encomendou estudos que resultaram, em 1582, na troca do calendário juliano pelo gregoriano, o atual. Desde então, vários estudos do céu foram realizados pelos religiosos católicos.

O Observatório Astronômico Vaticano foi criado em 1891, como uma resposta do papa Leão XIII às acusações de que a Igreja era inimiga da ciência. O centro de observação ficava localizado logo atrás da Basílica de São Pedro. No entanto, com o crescimento de Roma, as luzes da cidade foram dificultando a observação das estrelas menos brilhantes. Nos anos 30, Pio XI decidiu transferir a instituição para o Castelo Gandolfo.

A capital italiana não parou de crescer e passou a ofuscar o céu ainda mais. Em 1981, a pedido dos astrônomos, João Paulo II levou os principais equipamentos para uma nova unidade, numa região isolada dos Estados Unidos. A principal torre da unidade americana exibe uma placa de bronze que recomenda aos pesquisadores, em latim, ‘estudar as estrelas, no mais distante espaço, com a ajuda de Deus’.

Bento e a ciência

O papa Bento XVI tem regularmente provocado a ira do mundo científico. No ano passado, disse que a ciência não é capaz de fornecer uma explicação suficiente sobre a origem do universo: ‘Sem Deus, as contas não fecham para o homem, para o universo’. Para ele, é ‘irracional’ dizer que o mundo é apenas um resultado acidental da evolução. Em seu livro de memórias, Criação e Evolução, o papa afirma que a ciência limitou a forma cristã de entender a vida.

Bento é um teólogo renomado e foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – departamento do Vaticano que deriva do antigo Tribunal do Santo Ofício, o mesmo que condenou Galileu Galilei no século 17.

‘O papa não está contra a ciência. Existe essa impressão porque suas palavras são tiradas do contexto’, afirma o diretor do Observatório Vaticano. ‘O que o papa quer dizer é que a ciência nos dá apenas uma visão parcial da realidade.’

Fonte: Estadão

Vice-premiê israelense propõe divisão de Jerusalém com palestinos

O vice-primeiro-ministro israelense Haim Ramon afirmou nesta segunda-feira que o Governo de Israel deve apoiar o estabelecimento da capital de um futuro Estado palestino nos bairros árabes de Jerusalém, que o Estado judeu anexou em 1967.

Em declarações à emissora das Forças Armadas israelense “Galei Tzahal”, Ramon, um dos políticos mais próximos ao primeiro-ministro Ehud Olmert, afirmou hoje que se isso acontecer Israel ganhará o reconhecimento internacional de sua própria soberania e sua capital na assim chamada “Jerusalém judia” ou ocidental.

Durante a Guerra dos Seis Dias, há quase 40 anos, Israel conquistou a parte leste de Jerusalém, onde se encontram os principais santuários para judeus, cristãos e muçulmanos.

Em 1980, o Parlamento declarou a Jerusalém “capital indivisível e eterna do povo hebraico”.

Um terço dos moradores da cidade são palestinos residentes nessas zonas anexadas.

Ramon, do partido governista de centro Kadima, disse à emissora que sua proposta é compartilhada em essência pelo Partido Trabalhista da coalizão e pelo ministro de Estratégia, líder do Partido direitista “Israel Beiteinu”, Avigdor Lieberman.

A capital de um futuro Estado palestino é um dos principais empecilhos no processo de paz do Oriente Médio.

Jerusalém Oriental, onde se encontram os grandes santuários das principais religiões monoteístas, teriam de gozar de um estatuto especial, e sua administração terá de ser objeto de negociações futuras, segundo a proposta de Ramon.

Fonte: EFE

Edir Macedo ataca Globo, ironiza SBT e revela sucessor

Com lançamento previsto para a segunda-feira 15, O Bispo – A História Revelada de Edir Macedo ostenta a maior tiragem que já se viu no mercado editorial brasileiro. São 700.000 exemplares (metade dos quais, será distribuída nos templos da Igreja Universal). Traz a versão de Macedo para as polêmicas que cercam seu nome e a Universal, da política à guerra com a Globo e revela que seu sucessor será um ex-dependente de drogas.

Escrita por dois funcionários de Edir Macedo – Douglas Tavolaro, diretor de jornalismo da Record, e a repórter Christina Lemos –, a obra oferece uma visão parcial dos fatos. O Edir Macedo que emerge das páginas é um homem obstinado e que se julga perseguido. A exceção é o episódio do “chute na santa”. Edir faz mea-culpa pelo erro de um de seus pastores. Sobre outros assuntos, silêncio.

Ele não responde às dúvidas que pairam a respeito de sua igreja e de seus negócios. Mas por meio do livro é possível conhecer um pouco mais sobre sua visão de mundo, além de obter informações sobre o império que Macedo construiu.

A obra faz um inventário da Igreja Universal no Brasil – são 4.748 templos e 9.660 pastores, além de um complexo econômico que inclui construtoras, seguradoras, uma empresa de táxi aéreo, agências de turismo e consultorias. Mostra também a força conquistada pela Universal no exterior. Hoje, a igreja opera em 172 países (o McDonald’s, a maior rede de fast-food do mundo, está em 118). O livro expõe a intimidade (e até a vida sexual) de Macedo – e também sua versão de episódios como a compra da Record.

Edir Macedo Bezerra, 62, líder da Igreja Universal e dono da TV Record, diz que dois motivos o levaram a autorizar a publicação de sua biografia (ed. Larousse), que chega às livrarias no dia 15: medo de que alguém publicasse uma versão não-autorizada e se defender que chama de “execração” e da acusação de explorar a fé.

O bispo também usa o livro para apontar publicamente -pela primeira vez- quem será seu herdeiro espiritual, o nome de seu sucessor em caso de morte.

“Doze anos depois de ter sido preso na rua, levado para a cela de uma delegacia e ter sido execrado nos noticiários dos jornais, do rádio e da televisão, resolvi contar minha versão dos fatos”, declara Macedo em entrevista exclusiva.

O livro contém vários ataques diretos à Globo, que é acusada de ser manipuladora, desonesta e até imoral no trato das notícias, especialmente as que colocaram a ele e sua igreja no centro de escândalos.

Fica claro que o bispo não perdoou e jamais perdoará a Globo pela forma com que cobriu sua prisão, sob acusação de charlatanismo e curandeirismo, em maio de 1992, e pela exibição da minissérie “Decadência” (95), de Dias Gomes, que retratava um pastor evangélico desonesto.

A minissérie, aprovada pelo próprio Roberto Marinho à época, foi posteriormente considerada um tiro no pé na emissora. Revoltou a todos os evangélicos, e não só a Universal.

O rancor com a Globo pode ser mensurado nas 273 páginas da obra escrita por Douglas Tavolaro, diretor de Jornalismo da Record, com reportagem de Cristina Lemos. O nome da “inimiga” Globo ou o de Roberto Marinho são citados 50 vezes. Já o SBT -emissora empatada na vice-liderança do ibope com a Record, com seis pontos- é citado apenas duas.

Aliás, também sobram farpas para Silvio Santos. O biografado se gaba de tê-lo ludibriado nas negociações para a compra da Record. Usou um “laranja” na compra, Laprovita Vieira, até a hora de assinar o cheque.

Quando viu a manobra, o dono do SBT não podia mais voltar atrás, pois um sinal de US$ 7 milhões já fora dado.

“Silvio Santos é um extraordinário vendedor, mas um péssimo diretor de programação. Você vê o SBT, aquilo é uma lástima”, ironiza o bispo.

“Dar a outra face” não faz parte de seus ensinamentos. Ele mapeia e combate inimigos.

Confiante ao exagero, acha que as revelações em sua biografia, com tiragem de 700 mil exemplares, podem mudar o Brasil. Suas críticas vão para a imprensa e para o Judiciário. “Os interesses por trás das manchetes e das decisões descabidas da Justiça; a manipulação da verdade motivada por interesses comerciais e religiosos… Isso precisa mudar.”

Procuradas por telefone durante todo o dia de ontem, as assessorias da Globo e do SBT não foram localizadas.

Sucessor

Um trecho da biografia de Edir Macedo põe fim a anos de especulações internas sobre o futuro da Universal: ele aponta finalmente quem será seu sucessor como líder máximo da igreja, no caso de sua morte ou incapacidade permanente.

O eleito é o bispo Romualdo Panceiro, 48, espécie de vice-líder da igreja há 11 anos.

Do ponto de vista hierárquico da igreja no Brasil, está abaixo somente de Macedo.

Fluminense, ex-cortador de cana e ex-dependente de cocaína e maconha, Panceiro é hoje um dos mais populares bispos dos programas da Universal, exibidos todas as madrugadas na Record e na Rede TV. Apesar da pouca escolaridade, é dono de uma retórica incisiva e conduz com segurança entrevistas com fiéis diante das câmeras.

Por causa de seu tamanho (1m90) e jeito considerado bronco, é temido por fiéis e pastores. Mas é só aparência. Sua história é semelhante a de muitos dirigentes. Chegou desesperado à igreja, a qual pisou pela primeira vez em 1981, durante uma crise de depressão.

“Eu passava os finais de semana me drogando. Meu pai era louco. Eu não tinha o que comer”, diz ele no livro.
Ascendeu ao posto máximo atravessando todos os degraus: foi fiel, evangelista, obreiro, pastor e finalmente bispo. Nunca ficou um dia afastado da igreja, nem sequer por doença.

Conheceu intimamente o bispo Macedo somente sete anos após sua conversão. Nesse dia iria ganhar um carro (todos os bispos e muitos pastores ficam com carros emprestados e mantidos pela igreja). Só que Panceiro não sabia dirigir e passou vexame.

“Ele é o maior milagre da Igreja Universal”, diz Macedo. “Se eu morrer hoje, o Romualdo assume tudo. E tenho certeza de que os demais bispos irão respeitá-lo como me respeitam hoje”, diz ele no livro.

Ao saber, pelos autores, que fora indicado por Macedo como seu sucessor, chorou.

A Universal tem 9.660 pastores e 4.748 templos instalados em 172 países. Diz gerar 22 mil empregos diretos no mundo e ter oito milhões de fiéis somente no Brasil. O IBGE, no entanto, calcula 2 milhões.

Leia abaixo trechos do livro sobre alguns temas:

SEXO E CASAMENTO

“O bispo não brinca quando o assunto é casamento. A união no altar é rigorosamente levada a sério dentro de sua instituição religiosa. Pastores somente crescem na hierarquia do grupo quando são bem casados. (…) Entre solteiros também há normas. Noivas de pastores passam por uma espécie de estágio ao conviver até doze meses com casais mais religiosos, mais experientes. (…) Para o bispo, sexo é uma dádiva. E pilar do casamento.
– Sexo não foi criado pelo diabo, mas por Deus. É o momento de aliviar as tensões – opina ele, dizendo-se radicalmente contra o celibato. – Quando faço sexo, vou para o altar mais forte.”

ATROFIA NAS MÃOS

“O quarto filho da família Macedo Bezerra nasceu com deficiência na mão esquerda. Didi, como Edir era chamado pelos irmãos, tem uma pequena atrofia nos dedos. Seus indicadores são finos. Os polegares, um pouco maiores. Todos se movem pouco. Apenas os outros três dedos têm movimentos normais. O problema é hereditário. Sua avó, mãe de Henrique, tinha menos dedos em cada mão. Na infância, o defeito gerou complexos de inferioridade no menino Didi.
– Eu era o patinho feio da família. Tinha a sensação de que tudo o que eu fazia dava errado: era a pipa cortada, eram os balões que pegavam fogo. Às vezes me sentia um estorvo – lembra Edir Macedo. ”

SUBMISSÃO DA MULHER

“Prevalece em nosso universo, sim. Mas não se trata de submissão imposta, é algo natural. O homem não é nada sem a mulher, e a mulher não é nada sem o homem. A mulher não deve se submeter à vontade do homem. O homem é que deve colocar-se como líder numa relação conjugal. Esse entendimento nasce à luz da Bíblia. O homem é a cabeça, e a mulher o corpo. Imagine um corpo sem cabeça ou vice-versa. Impossível existir relacionamento. Na direção da Igreja Universal, conhecemos exemplos desse tipo. Quando a mulher manda no marido, o pastor não cresce. Ela domina e não dá certo. No meu caso, quem manda dentro de casa é a Ester. Na igreja, sou eu. Um não pode ultrapassar o limite do outro. Em casa, eu só mando no meu escritório, e até lá ela mexe de vez em quando.”

A PRIMEIRA VEZ

“Edir sempre foi muito namorador. A deficiência nas mãos nunca foi barreira para exercitar o papel de galanteador. Apesar da timidez, tinha conversa sedutora. Vaidoso com a aparência, dono de farta cabeleira, lisa e comprida, chegou à maioridade com muitas namoradas. Mas teve sua primeira relação sexual dois anos antes, aos 16, numa farra com colegas de escola no bairro do Catumbi.
– Foi antes do casamento, antes da minha conversão. Foi num bordel em frente ao colégio em que eu estudava à noite. ”

CHUTE NA SANTA

“– Na hora soube que foi um erro… Nosso maior erro. (…) O Sérgio criou um problema na igreja. Atrasou nosso trabalho em dez anos. Ficamos parados no tempo por causa daquele chute. Atrapalhou a igreja, atrapalhou todos os nossos projetos. Nós estaríamos lá na frente, poderíamos ter ajudado muito mais gente se não fosse aquele ato impensado.”

O DÍZIMO

“O que justifica a cobrança do dízimo?
Veja o exemplo da terra arrendada a um trabalhador: depois de cultivada, 50% do que dela se retira é do dono da terra, a outra metade é do arrendatário. Na igreja, os primeiros 10% são colocados na obra de Deus. Ele é o dono da terra, de nossa vida. Esse gesto é um sinal de consideração, de respeito e de fé. Não é um ato abstrato, teórico. É um compromisso que revela a fé prática. A de que Deus fica obrigado a esse compromisso com a pessoa que deu o dízimo, fica obrigado a cumprir a promessa que está na Bíblia: ‘Trazei o dízimo e eu abrirei as janelas do céu.’ Além disso, não impomos nada. Não cobramos o dízimo de ninguém. Apenas conscientizamos as pessoas dessa prática. É questão de colocar Deus em primeiro lugar na vida. (…) ”

A BANCADA EVANGÉLICA

“A bancada evangélica hoje é respeitável, embora tenha diminuído nos últimos tempos. Tem representantes nas principais esferas do Poder Legislativo. São sete deputados federais, dezenove deputados estaduais, 91 vereadores e um senador da República integrantes da Universal. (…)
– Os políticos são para defender a causa do Evangelho. Para fazer frente a todos os movimentos de perseguição que enfrentamos. Edir Macedo assegura: apesar das especulações, nunca pensou em candidatar-se à Presidência da República.
– Mas, se eu fosse presidente, este país seria outro. Meu primeiro ato seria proibir o gasto de um centavo sem a minha autorização. Você iria ver este país mudar. Os corruptos iriam passar fome.”

O PAPA BENTO XVI

“Exclusivamente um político. Mais nada. O que ele e o restante do clero fazem o tempo todo é apenas ditar regras, impor normas, em sua maioria contrárias à Bíblia. É só checar. São regras e mais regras, uma atrás da outra. Não pode fazer sexo, não pode usar camisinha, não pode planejar a família, a mulher não pode ter o direito de abortar, o segundo casamento é uma praga, sexo é somente para procriação, a Igreja Católica é a única verdadeira igreja de Cristo, os evangélicos são uma seita e por aí vai. Como ter uma opinião diferente?”

A COMPRA DA RECORD

“A transação era ousada. Entrou para a história como o maior negócio no setor de comunicações do país até então. As cifras assustaram especialistas do mercado. Não era comum uma empresa de rádio e televisão ser vendida por aquele valor no Brasil. No total, Edir Macedo assumiu uma dívida de 45 milhões de dólares ao adquirir a Record. Da quantia acertada, 14 milhões deveriam ser depositados logo no início. O restante, 31 milhões, seria pago à família Machado de Carvalho e a Silvio Santos ao longo de dois anos.”

“A expressão do bispo Macedo muda ao recordar de uma manhã em seu escritório na Rádio Copacabana, centro do Rio de Janeiro. Sobre sua mesa, após horas de reuniões, os números da dívida da Record. O bispo pediu licença, trancou-se sozinho no banheiro e orou.
– Coloquei minha cara no chão e chorei, chorei. (…)
Mas o inacreditável aconteceu meses depois, pontualmente no dia 15 de março de 1990, com o lançamento do Plano Collor. (…) As prestações do bispo Macedo, baseadas na cotação da moeda estrangeira, despencaram. As dívidas da compra da Record, antes exorbitantes, acabaram pagas com facilidade. Edir passou a zerar duas, até três prestações em um único mês. Antes de 1992, o bispo Macedo já quitara integralmente a dívida.
– Fui salvo pelo gongo. O Plano Collor só ajudou a mim no Brasil inteiro, mais ninguém. Sorte? Coincidência? Cada um acredite no que quiser. Eu tenho certeza que foi Deus. ”

“Perguntamos se enfrentaria tudo novamente pela compra da Record.
– Não. Sinceramente, acho que não. Hoje eu não iria agüentar. Ninguém imagina o que passei, nem minha mulher sabe o que vivi.
Edir larga os talheres apoiados no prato, escorrega a mão direita pela cabeça e nos mira por cima dos óculos.
A resposta ganha tom de confissão:
– Quer saber a verdade? Se eu não cresse no meu Deus, teria dado um tiro na cabeça.”

Fonte: Folha Online e Revista Veja Edição 2029 de 10 de outubro de 2007

Pré-candidato à Presidência dos EUA defende papel da fé em sua vida

Barack Obama, um dos pré-candidatos democratas à Presidência dos Estados Unidos, disse neste domingo que a fé tem um papel muito importante em sua vida, e que é uma das coisas que o mantém com os pés no chão.

Em discurso no Centro religioso da Redenção da localidade americana de Greensville, na Carolina do Sul, Obama disse a 4.000 fiéis que a fé é o que lhe “permite ter objetivos altos”.

“A fé é o que me impulsiona a fazer o que faço e, quando estou no fundo, é o que me levanta”, disse Obama, acrescentando que “Deus está conosco e quer que façamos as coisas bem”.

O centro religioso onde Obama discursou foi fundado por um ministro do movimento pentecostal e, durante o ato de hoje, os presentes estiveram a maior parte do tempo cantando, rezando alto e agitando as mãos ao ritmo da música.

O senador pediu aos fiéis que rezassem por ele e sua família.

“Algumas vezes isto é difícil, estar na política (…). Algumas vezes você fica temeroso, vaidoso e, em outras ocasiões, quer o poder pelo simples fato de tê-lo”, disse Obama, que pertence à protestante Igreja Unida de Cristo, com 1,2 milhão de membros.

A campanha eleitoral de Obama está em uma fase denominada por sua equipe como “40 dias de fé e família”, durante os quais o pré-candidato mostrará aos eleitores como a fé e a família o ajudaram a ser quem é.

Fonte: EFE

Pesquisa Datafolha mostra que família é a instituição mais valorizada

Pesquisa realizada pelo instituto Datafolha mostrou que os brasileiros estão mais tolerantes com o homossexualismo e menos tolerantes com o aborto do que em 1998, primeiro ano em que a pesquisa foi realizada, e que a família ainda é a instituição mais valorizada. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Para tentar entender como a família brasileira se constitui, o Datafolha investigou o perfil e comportamento dos casados, separados, viúvos e do grupo de solteiros que já viveu com alguém.

Entre o último levantamento do tipo, de 1998, e o de agora, muito pouco mudou em termos gerais. De lá para cá, o percentual de casados (49%) permaneceu o mesmo, assim como o de solteiros (37%). O total de separados apenas oscilou, de 8% para 9%, e o de viúvos ficou estático em 6%.

Dentro de cada um desses grupos, no entanto, ocorrem variações importantes quando os cortes são feitos levando em conta renda ou escolaridade. Entre os dois períodos, por exemplo, houve um salto de 15 pontos percentuais (de 76% para 91%) no total de casais com filhos que têm renda familiar só até 10 salários mínimos. Já os casais com filhos que ganham entre 10 e 20 mínimos encolheram de 15% para 6%.

Como o Datafolha considera “casadas” pessoas que vivem juntas, independentemente do modo como selaram essa união, também foram registradas mudanças substantivas na maneira de constituir a família.

Entre os que já se casaram, os números mostram que, entre 1998 e 2007, houve uma queda de 11 pontos percentuais (de 55% para 44%) no total dos que selaram a união tanto em cartório de registro civil quanto em igreja. Os dois principais motivos para o não-casamento no civil, segundo o Datafolha, são “falta de interesse do companheiro(a)” ( 16%) e “custos financeiros” (15%).

Drogas

A discussão intensa, nos últimos anos, sobre a descriminalização da maconha ainda não provocou mudanças significativas na opinião pública. A nova consulta apontou só uma pequena queda nas respostas “muito grave” à pergunta sobre o que o entrevistado pensaria de o filho ou a filha fumar maconha. No caso de filhos homens, caiu de 78% para 72%. No caso de filhas, oscilou de 80% para 78%. Fumar maconha ainda é considerado moralmente errado por 85% das pessoas, número só abaixo do que diz respeito a praticar o aborto (87%).

“A violência tem piorado, a criminalidade aumenta exponencialmente, e isso está sendo associado, correta ou incorretamente, ao tráfico de drogas e à acusação que se faz aos usuários de também serem responsáveis pela violência”, avalia o antropólogo Gilberto Velho, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Já tendo acompanhado por muito tempo pesquisas com usuários, ele diz ter ouvido muitos relatos de pessoas que deixaram as drogas “por causa do banditismo, assumindo que tinham algum tipo de responsabilidade”.

Velho argumenta que, ao contrário do que possam indicar os números, a maconha é muito difundida. As respostas, dadas no campo moral, ocultariam a prática, como diz Debora Diniz, da UnB. “A pessoa pode não ver problema nenhum em fumar maconha, mas é um ato ilícito”, afirma ela.

A opção “muito grave” fica num patamar mais alto quando o tema é cocaína, mas também sem alteração significativa: 83% dos entrevistados avaliaram assim o ato entre os filhos (contra 87% de 1998) e 86% se fossem filhas (contra 84%).

O índice mais alto de “muito grave” é no item “fazer parte de uma gangue violenta”. Pensando em filhos homens, 89% cravaram a resposta e, em mulheres, 90%. Em 24 de junho, num caso de repercussão nacional, jovens espancaram a doméstica Sirlei Dias Carvalho no Rio. No último dia 16, três adolescentes mataram um índio em Minas Gerais.

Sobre o filho ser corrupto, 80% das pessoas avaliaram a hipótese como muito grave –sobre as filhas, 83%. A pesquisa foi feita antes da absolvição de Renan Calheiros pelo Senado e as conseqüentes reações negativas, mas traduz insatisfação que vem de muitos anos e se acirrou com o mensalão. ´

Entre os que ganham mais de 20 salários mínimos mensais, cai para 50% os que consideram muito grave fumar maconha.

Galeras

O envolvimento dos adolescentes com as chamadas “galeras” –grupos que delimitam territórios, cobram pedágio de moradores de bairros pobres e disputam pontos do tráfico de drogas– é o temor da maioria das famílias que habitam a periferia de Manaus (AM).

Morador do bairro da Compensa 2, na zona oeste da cidade, Carlos Alberto da Silva, 45, afirma que mudou o horário de trabalho para ficar mais presente em casa e orientar os meninos sobre os cuidados com as galeras e o tráfico de drogas. Ele afirma que o envolvimento da família com a religião –eles são evangélicos– também ajuda nos diálogos. “Eu falo para eles que as galeras e o tráfico não são o caminho. Aqui [na localidade na qual moram] morre um por semana”, afirma. Na casa do casal, o lazer dos meninos é jogar bola, soltar pipa na laje e jogar videogame. Aos domingos todos se reúnem na igreja evangélica. “A família é muito importante, sim, mas cada filho tem que se conscientizar dos perigos da violência, senão eles vão [se envolver] de qualquer jeito”, afirma Carlos Alberto. ´

Aborto

De 1998 a 2007, a rejeição ao aborto cresceu dez pontos percentuais; estudiosos atribuem ao acirramento do debate e à popularização das ultra-sonografias

“Hoje, acho que cada caso é um caso, não é uma questão moral. É muito sério uma menina nova, sem estrutura, botar esse filho no mundo para sofrerem ela e a criança.” Tatiana Gomes, 27, psicóloga, que engravidou aos 19 e decidiu ter o filho

Se os números de 2007 mostram uma tolerância maior das famílias a possíveis relacionamentos inter-raciais e homossexuais por parte de seus filhos, os mesmos entrevistados descrevem um movimento inverso em questões comportamentais de outra natureza, sejam as regidas por implicações legais –consumo de drogas, pequenos furtos ou participação em gangues–, sejam as movidas por forte conteúdo religioso, como o aborto, tema cujos índices de aprovação/rejeição costumam subir e descer nas pesquisas, ao sabor dos acontecimentos do momento.

Nessa categoria, a interrupção da gravidez não desejada desponta com a variação mais significativa, com um salto de 61% para 71% na taxa de rejeição. Em outro desdobramento da pesquisa, sobre o que consideram moralmente certo ou errado, 87% condenaram a interrupção da gravidez. Para os mais liberais, isso pode soar como contradição. Não é, afirmam estudiosos do tema.

A antropóloga Debora Diniz, professora de bioética da UnB (Universidade de Brasília) e diretora da ONG Anis (Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero), argumenta que, em pesquisas de opinião sobre assuntos de ordem moral, as respostas tendem para “um julgamento moral compartilhado, que não necessariamente representa práticas individuais”.

Ser racista ou homófobo é algo cada vez menos aceito socialmente. Já o aborto tem sido tema de debates acirrados, em especial, segundo Diniz, a partir de 2004, quando chegou ao Supremo Tribunal Federal uma ação para tornar legal a interrupção da gravidez em casos de fetos anencefálicos (sem cérebro) –o mérito da ação ainda não foi julgado.

“Nunca se falou tanto sobre aborto quanto nos últimos anos. Ele passou a ser uma bandeira de afirmação de que lado você está. No confronto, a posição compartilhada dos valores morais se reforça. Você quer se enquadrar no julgamento de uma boa mãe. Não podemos afirmar que são mudanças de prática, mas de narrativa”, diz ela.
A também antropóloga Maria Luiza Heilborn, coordenadora do Clam (Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos) e professora do Instituto de Medicina Social da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), aponta outro fator responsável pelo crescimento da rejeição: a ultra-sonografia. “Ao mostrarem uma imagem assemelhada à imagem humana, as novas tecnologias de visualização do feto fizeram uma mudança muito grande no imaginário social. Uma coisa que era oculta passou a ser visível”, afirma ela, que enxerga uma “ressacralização da vida pré-uterina” hoje.

Em pesquisas que vem realizando –como a Gravad (1999-2002), sobre gravidez na adolescência–, Heilborn constata que, após verem o feto, muitas mulheres deixam de cogitar o aborto. “Quando pensam em abortar, é porque elas não deram ao feto o status de pessoa. Após o exame, não estão esperando mais uma criança, mas a ‘Verônica’, o ‘Francisco’”, acha. Ela ressalta a diferença entre o índice de “moralmente errado” (87%), resposta mais genérica, e de “muito grave” (71%), quando a pergunta se refere à eventual filha do entrevistado. “As condições deixam de ser universais e passam a ser circunstanciadas.”

Margareth Arilha, coordenadora do Prosare (Programa de Apoio a Projetos em Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos), ligado ao Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), destaca também escolaridade e renda como fatores que alteram as opiniões sobre a prática do aborto. A resposta “moralmente errado” foi dada por 90% dos que têm ou cursam ensino fundamental e por 77% dos de ensino superior. Na renda familiar mensal, a diferença foi de 87% (até dez salários mínimos) a 69% (mais de 20).

“Ter acesso a um nível maior de informação é fundamental para problematizar esse assunto, que é muito delicado. Está impregnada no imaginário social a idéia de que é um gesto de desamor, egoísta, esquecendo-se de que a mulher que aborta é a mesma que tem filhos”, afirma ela, que considera o tema “o último dos moicanos na batalha de transformação das culturas”.

Confrontados com a pergunta de que atitude tomariam caso uma filha adolescente engravidasse, 82% responderam que forneceriam apoio para que ela tivesse o filho em qualquer situação. Mas quando a pergunta troca de gênero e se refere a um filho que engravidasse uma garota, o índice dos que apoiariam o nascimento em qualquer situação cai para 71%.

A mineira Paula Ballesteros enfrentou a primeira situação aos 18 anos, quando engravidou depois de dois meses de namoro. Sua mãe teve uma reação rara, declarada por menos de 1% dos pais ouvidos na pesquisa, e a aconselhou a abortar argumentando que ela era muito nova; o pai a deixou livre para escolher. Paula, hoje com 23, decidiu ter. “Eu sou adotada, e não podia pensar em tirar um filho”, conta.

Após a decisão, ela diz que a mãe a pressionou a casar, uma atitude professada por 15% dos pais entrevistados. O casamento ocorreu, mas ela já se separou. “Acho que todas as mulheres devem ter [os filhos]. Se não, vão estar tirando uma vida”, diz Paula, mãe de Rafaela e que sonha com mais três filhos. A carioca Tatiana Gomes, 27, também pensava assim há oito anos, quando engravidou de João Guilherme. Os pais não pressionaram, mas tias sugeriram o aborto, o que ela recusou.

“Hoje, acho que cada caso é um caso, não é uma questão moral. É muito sério uma menina nova, sem estrutura, botar esse filho no mundo para sofrerem ela e a criança”, reflete ela, psicóloga que se tornou cantora de funk (da dupla A Princesa e o Plebeu) e está acostumada a ver adolescentes carregando bebês em comunidades carentes. Tatiana tem outra filha de sua segunda união.

40% dos óbitos maternos provocados por aborto são mascarados como infecções, hemorragias ou por “causa mal definida”

O que diz O ministério

“A questão moral a ser discutida, neste caso, é como devemos enfrentar o fato de a morte materna por aborto –a quarta causa de mortalidade materna no Brasil– acontecer quase que exclusivamente entre as mulheres que pertencem a classes desfavorecidas. Descriminar o aborto não significa promovê-lo, mas sim perceber que a via penal não é a melhor forma de tratar deste que é um problema de saúde pública.”

A lei

Desde 1940, o aborto é crime no Brasil, com pena de um a três anos de prisão para a gestante; as exceções são casos de gravidez decorrente de estupro ou em que a mãe corre risco de morte.

O que pensa o ministro

Em março, pouco depois de assumir o Ministério da Saúde, José Gomes Temporão defendeu a realização de um plebiscito sobre a legalização do aborto. Muito atacada por setores contrários à legalização –como a Igreja Católica–, a proposta perdeu força, mas não a defesa do ministro de mudanças na legislação. Para ele, o aborto é um caso de saúde pública e, logo, tema de governo, idéia apoiada publicamente pelo presidente Lula. Em sabatina na Folha, em junho, Temporão afirmou que há um aborto para cada três bebês que nascem no país.

Instituições

Cerca de 69% dos brasileiros consideram a família como a instituição mais importante. Em 1998, a família aparecia empatada com os estudos (61%). O estudo foi considerado muito importante por 65% dos brasileiros em 2007.

Na seqüência vieram o trabalho (58%), a religião (45%), o lazer (32%), o casamento (31%) e o dinheiro (30%). Em 1998, o dinheiro (36%) era considerado mais importante que o casamento (31%).

“A família é uma instituição confiável que se contrapõe a tantas outras instituições brasileiras desvalorizadas, como o Estado, representado pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Por outro lado, essa valorização mostra que a nossa sociedade concentra os seus valores na família. Não é bom. Porque é o lado privado da ética e não o público”, afirma o psicanalista e professor do Instituto de Medicina Social da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) Jurandir Freire Costa.

Pesquisa sugere que casamento faz bem para a saúde

O casamento faz bem para a saúde do casal e dos filhos, segundo um levantamento sobre famílias feito pelo Departamento Nacional de Estatísticas do governo britânico divulgado nesta sexta-feira.

O levantamento concluiu que homens solteiros de até 35 anos têm risco de morte 50 % maior do que um homem casado, da mesma idade. No caso das mulheres, as casadas têm menos probabilidade de desenvolver doenças crônicas do que as solteiras.

Os dados mostram ainda que as crianças de pais casados que continuam a viver juntos, permanecem na escola, ou faculdade, por mais tempo –78% das meninas e 69% dos meninos, em famílias de pais casados, permanecem como estudantes em tempo integral aos 17 anos.

Neste quesito, os filhos de mães solteira vêm em segundo lugar, com 59% dos garotos e 69% das meninas continuando a estudar em tempo integral aos 17 anos.

O estudo, que analisa o período entre 1996 e 2006, mostra que o número de casais que coabitam mas não são casados aumentou em 65% no país, alcançando 2,3 milhões. O número de casais casados caiu 4% no mesmo período, para 12,1 milhões.

O levantamento ainda mostra que, para a saúde das crianças, a estabilidade é a melhor receita. Crianças que vivem com os pais naturais –casados ou não– têm muito menos chances de desenvolver doenças a longo prazo do que filhos de mães e pais solteiros.

O número de casais coabitando é muito mais alto entre os jovens. E, entre 2001 e 2003, 21% das mulheres entre 25 e 29 anos afirmaram já ter coabitado antes dos 25 anos de idade. Esta proporção cai para 1% entre as mais velhas.

Dados da Inglaterra e do País de Gales sugerem que se a tendência continuar, o número de pessoas com menos de 40 anos coabitando vai ultrapassar o número de casados, na mesma faixa etária, até 2014.

A família brasileira

· 3,8 é o número médio de pessoas por casa
· A quantidade média de filhos por família é 2,7
· 27% dos casais estão juntos há mais de dez e menos de 20 anos Os casados com filhos que têm renda de até dez salários mínimos são 91%
· Os brasileiros que não costumam conversar durante as refeições equivalem a 30%
· 35% dos brasileiros ganham até dois salários mínimos, e outros…
· 24% ganham entre dois e três salários mínimos
· Solteiros que já se casaram ou viveram com alguém como se fossem casados são 17%

Fonte: Folha de São Paulo

Evangélicos e católicos italianos elaboram documento comum sobre matrimônio

Concluiu-se neste sábado, na Itália, o encontro da comissão mista entre a Conferência Episcopal Italiana (CEI) e a União Cristã Evangélica Batista da Itália (Ucebi).

“Os trabalhos, que tiveram início em maio do ano passado, realizaram-se num clima de colaboração fraterna”, lê-se numa nota difundida pela comissão.

Tal organismo foi encarregado de escrever um documento pastoral comum sobre o matrimônio entre católicos e batistas, e deverá ser aprovado pelas duas Igrejas.

O texto elaborado em comum acordo e assinado hoje pelos dois co-presidentes da comissão foi considerado um passo importante para o diálogo ecumênico entre a Igreja Católica e a Igreja Batista na Itália, um campo particularmente delicado.

No respeito das posições recíprocas, o documento se propõe a valorizar o comum patrimônio de fé, interpretar objetivamente as divergências, que somente com a graça e a fé em Cristo podem ser superadas, e oferecer indicações para que um matrimônio interconfessional seja realizado com a participação e o reconhecimento das duas comunidades religiosas.

Fonte: Rádio Vaticano

Bispos europeus discutem reforço de diálogo ecumênico

Os bispos católicos europeus defenderam neste sábado em Fátima o reforço do diálogo ecumênico entre as religiões cristãs, sem perder a identidade de cada uma.

“A responsabilidade de tudo por todos” é o “novo objetivo do ecumenismo”, disse o arcebispo de Belgrado, D. Stanilav Hocevar, durante uma sessão do Conselho das Conferências Episcopais Européias (CCEE), que termina no domingo, em Fátima.

Os representantes da Igreja Católica afirmaram que o “ecumenismo não está em crise”, considerando que é “possível dialogar” sem “perder a identidade clara” de cada religião, nem procurar apenas os pontos de “separação” entre cada crença.

A última assembléia ecumênica européia, que aconteceu em setembro na Romênia, demonstrou que “o cristianismo tem um grande papel na Europa secularizada”, disseram os organizadores do encontro.

Ainda segundo os bispos europeus, “o cristão é chamado para assumir a profundidade no diálogo, aprofundando a fé e a espiritualidade das várias confissões cristãs, mas sobretudo aprofundando as várias identidades”, de cada crença.

Na reunião deste sábado a entidade aprovou a entrada da arquidiocese de Mônaco e da única diocese católica de Moldova, um país de tradição ortodoxa.

Fonte: Lusa

Deputado diz que Lei da Homofobia é sinal dos tempos do Juízo Final

Depois de andar as turras e querer castigar pastores de sua Igreja que se colocarem contra a homossexualidade, o deputado estadual Valter Araújo (PTB – RO), voltou atrás e disse que a “Lei da Homofobia” (PCL 122/2006), que criminaliza o preconceito contra homossexuais, bi-sexuais e transgêneros, e que está em tramitação no Senado, é um “sinal” de que estão chegando os tempos do “Juízo Final” previstos pela Bíblia.

O parlamentar explicou que as tais “forças malignas” que estão por trás do “famigerado” projeto da Lei da Homofobia, são o pecado e as possessões demoníacas que tornam os homens homosexuais e citou este fato como justificativa para a realizçaão de uma uma audiência pública da Assembléia Legislativa.

“A Bíblia prega que no final dos tempos isso iria mesmo acontecer” – acrescentou o parlamentar, que é membro da bancada evangélica no Poder Legislativo. Convoquei a audiência pública “para congregar esforços contra as forças malignas que se colocam contra o famigerado projeto de lei”.

O projeto da “Lei da Homofobia” a que se refere Araújo, é de autoria da Deputada Iara Bernardes (PT-SP), aprovado no ano passado na Câmara dos Deputados e, recentemente, teve parecer favorável de sua relatora no senado, a senadora Fátima Cleide (PT-RO.)

Os evangélicos dizem que, segundo a Bíblia, “homossexualismo é um desvio do projeto original de Deus”, é decorrência “do Pecado Original”, e que “a sua inclinação é uma tentação e a sua prática um pecado.”

Exegetas (estudiosos das Escrituras Sagradas) cristãos no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, dizem que Jesus Cristo nunca se manifestou contra o homossexualismo. E que são falsas as téses evangélicas de que a “heterossexualidade é normativa” e que “não devem ser abençoadas as uniões entre pessoas do mesmo sexo” porque são contrárias à pregação do amor sem preconceitos entre os seres humanos feitas por Cristo.

A audiência pública requerida por Valter Araújo, embora seja de caráter mais religioso do que civil, deverá causar alguns dos maiores debates na Casa de Leis de Rondônia – entre fundamentalistas religiosos, ativistas gays e defensores dos Direitos Humanos – mantendo a tradição do parlamento rondoniense de grande fórum das causas populares.

Por outro lado, algumas posições evangélicas são vistas como contraditórias – e os exegetas alertam sobre as multiplicas e contraditórias leituras que costumam fazer da Bíblia, principalmente pelos fundamentalistas que interpretam os textos “ao pé da letra.”.

Por exemplo, de um lado, quando os evangélicos se opõem à lei que criminaliza a discriminação sexual, eles pregam desobediência civil ao dizerem que “o apóstolo Pedro, no Livro dos Atos dos Apóstolos, nos chama a atenção que devemos antes obedecer a Deus do que aos homens.”
Já os defensores da lei que criminaliza a homofobia lembram que não há, na Bíblia, nenhuma só vez as palavras homossexual, lésbica ou homossexualidade. Dessa forma, as Bíblias que empregam estas expressões estão erradas e mal traduzidas.

A prova é a de que a palavra homossexual só foi criada em 1869, reunindo duas raízes lingüísticas: homo (do grego, significando “igual”) e sexual (do latim). Portanto, como a Bíblia foi escrita entre 2 e 4 mil anos atrás, não poderiam os escritores sagrados terem usado uma palavra inventada só no século passado.

Pesquisadores da sexualidade humana dizem que a prática do amor entre pessoas do mesmo gênero é muito mais antiga que a própria Bíblia.

Segundo eles, documentos egípcios de 500 anos antes de Abraão, revelam práticas homossexuais não somente entre os homens, mas também entre os Deuses Horus e Seth. O poeta e escritor Goethe dizia que “a homossexualidade é tão antiga quanto a humanidade”.

Outros textos sobre a sexualidade explicam que no antigo Oriente, a homossexualidade foi muito praticada. Entre os Hititas, povo vizinho e inimigo de Israel, havia mesmo uma lei autorizando o casamento entre homens (1.400 anos antes de Cristo).

“Como explicar, então, que, entre as abominações do Levítico, apareça esta condenação: “O homem que dormir com outro homem como se fosse mulher, comete uma abominação, ambos serão réus de morte” (Levítico, 18:22 e 20:12).

Os exegetas dizem que fazia parte da tradição de inúmeras religiões de localidades circunvizinhas a Israel, a prática de rituais religiosos homoeróticos, de modo que esta condenação do Levítico visava fundamentalmente afastar a ameaça daqueles rituais idolátricos e não a homossexualidade em si.

Uma prova é a de que estes versículos condenam apenas a homossexualidade masculina e não se refere à feminina.

Outro estudioso religioso diz que “considerando que, do imenso número de leis do Pentateuco, apenas duas vezes há suposta referência à homossexualidade (e só à masculina)”, conclui-se que os “a supervalorização que alguns judeus e cristãos mais fundamentalistas (que querem interpretar as Escrituras ao pé da letra) conferem a este versículos é sintoma claro e evidente da intolerância machista que permeia as sociedades regidas pela tradição abraâmica.”

Isto, na opinião de um desses estudiosos, “é um entulho histórico a ser desprezado, e não um desígnio eterno de Javé”, “do mesmo modo que inúmeras outras abominações do Levítico, como os tabus alimentares (por exemplo, comer carne de porco ou camarão) e os tabus relativos ao esperma e ao sangue menstrual, hoje foram completamente abandonadas e esquecidas.”

E faz-se a pergunta: por que católicos e protestantes conservam somente a condenação da homossexualidade, enquanto abandonaram dezenas de outras proibições decretadas pelo mesmo Senhor?” .

Fonte: Rondonoticias

Jovens católicos argentinos fazem críticas ao aborto em grande peregrinação

Milhares de jovens católicos participaram neste sábado na Argentina da tradicional peregrinação anual à Basílica da Virgem de Luján, padroeira do país, em uma pesseata que começou com críticas ao aborto por parte das autoridades eclesiáticas.

A multidão partiu da Basílica de San Cayetano, no bairro portenho de Liniers, para percorrer a pé os 65 quilômetros que separam a capital argentina de Luján, onde devem chegar na noite de domingo para a missa que será presidida pelo arcebispo de Bueno Aires, Jorge Bergoglio.

Antes de iniciar a caminhada, os peregrinos receberam a bênção do bispo auxiliar de Buenos Aires, Eduardo García, que criticou aqueles que “defendem irracionalmente a morte do que está por nascer” e protestou contra “todo tipo de violência e morte”.

A Igreja católica, culto majoritário no país, sempre criticou duramente a lei que autoriza o aborto apenas em caso de risco de morte para a madre ou quando a gravidez é fruto de estupro cometido contra uma mulher com problemas mentais.

Bergoglio, que é presidente do Episcopado argentino, comparou há alguns dias o aborto com a pena de morte.

Fonte: AFP

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