O nome do sucessor do papa Bento 16, que renunciará o cargo no próximo dia 28 de fevereiro, nem foi definido, mas a lista de pedidos relacionados à sua gestão à frente da Igreja Católica já é extensa.

Entre as reivindicações populares na Alemanha, país de origem de Joseph Ratzinger, aparecem a liberação do casamento dos padres, a abertura do sacerdócio às mulheres e a permissão dos divorciados se casarem na igreja.

Ao menos 88% dos alemães, segundo um levantamento feito pela televisão pública local “ZDF”, querem ver padres casados, enquanto apenas 8% da população geral se opõe à medida.

A maioria (83%) também se diz favorável à abertura do sacerdócio às mulheres, sendo que apenas 13% se mostram contrario. Já o casamento na igreja para divorciados ganhou aceitação de 81% dos alemães.

A televisão alemã questionou ainda a população local sobre a definição de uma idade máxima para o exercício do pontífice. Neste quesito, a opinião dos entrevistados foi bem equilibrada. Enquanto 43% se disseram favorável a renúncia do papa a partir de uma certa idade, outros 46% rejeitaram esta hipótese.

[b]A renúncia
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O papa Bento 16 anunciou sua renúncia no dia 11 de fevereiro em um discurso pronunciado em latim durante um encontro de cardeais no Vaticano. Ao justificar sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou fragilidade por conta da idade avançada.

“Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino”, disse o papa.

O pontífice afirmou ainda que “no mundo de hoje (…), é necessário o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado”. “Por esta razão, e consciente da seriedade deste ato, em completa liberdade, eu declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro”, acrescentou Bento 16.

O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motivo da renúncia. Mas, segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, uma disputa interna de poder praticada por ex-aliados nos últimos meses pode ser uma das razões para a tomada de decisão do pontífice. Esta é a primeira vez na era moderna que um papa da Igreja Católica renuncia ao pontificado.

A renúncia de bento 16 será oficializada no dia 28 de fevereiro. E o cargo ficará vago até a eleição do próximo papa. A expectativa é que o Conclave de cardeais, eleja um novo papa ainda em março, antes da Páscoa. O Vaticano anunciou que a eleição deve começar entre 15 e 20 de março.

Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 116 cardeais aptos a votar no próximo papa. Para participar da papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.

Em sua primeira aparição pública desde o anúncio da renúncia, o papa Bento 16 disse que tomou a decisão “pelo bem da igreja”. Bento 16 agradeceu pelo “amor” e apoio dos fieis.

“Queridos irmão e irmãs, como sabem, decidi renunciar ao ministério que o Senhor me confiou em 19 de abril de 2005. Faço isso em plena liberdade pelo bem da igreja, depois de ter rezado muito e após examinar minha consciência diante de Deus, “, declarou Bento 16 diante de um salão lotado com cerca de 10 mil pessoas no Vaticano, onde foi ovacionado.

[b]’Hipocrisia religiosa’ [/b]

O papa Bento 16 denunciou durante a homilia da missa da Quarta-Feira de Cinzas “a hipocrisia religiosa” e a busca por “aplausos e aprovação”.

Ainda no sermão, o pontífice defendeu que o “caminho penitencial” da Quaresma não deve ser feito pelo cristão sozinho, mas “juntos, irmãos e irmãs, na Igreja”. Em seguida, citou as “divisões no corpo eclesial”, a necessidade de fortalecimento da Igreja e defendeu que “viver a Quaresma numa mais intensa e evidente comunhão eclesial, superando individualismos e rivalidades, é um sinal humilde e precioso para aqueles que estão distantes da fé ou indiferentes”.

Em referência ao apóstolo Paulo, lembrou que ele “denuncia a hipocrisia religiosa, as atitudes que buscam aplauso e aprovação” e pediu que o testemunho mais incisivo do cristão é o de quem “não serve ao mesmo e ao público, mas ao Senhor”. Ao final da homilia, Bento 16 pediu que os católicos iniciem a Quaresma “confiantes e alegres”.

[b]ENTENDA O PROCESSO SUCESSÓRIO DO PAPA
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Quando o chefe da Igreja Católica renuncia a sua função ou morre, seu sucessor é eleito pelos cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina, onde ficam isolados do mundo exterior.

Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento 16. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 116 cardeais aptos a votar no conclave.

Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.

[b]Fonte: UOL[/b]

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