O vereador tucano Eduardo Tuma, 37, foi eleito presidente da Câmara de São Paulo neste sábado (15).
Líder da comunidade evangélica e autor de projetos associados ao grupo, como a Escola Sem Partido e a isenção de taxas administrativas para igrejas, o novo presidente da Câmara diz que continuará sua atuação em defesa dessa bandeira, mas sem privilégios ou facilidades devido ao cargo que ocupará a partir de 2019.
Confira trechos da entrevista para a o jornal Folha de S. Paulo:
Quais serão suas prioridades como presidente da Câmara?
São três pilares voltados para a Câmara: comunicação, eficiência e tecnologia. O veículo que tem sido utilizado, a TV Câmara, não tem tido o resultado esperado e tem custo elevado. Precisamos migrar para as mídias digitais e promover as atividades da Câmara nessas mídias: canal no YouTube, transmissão ao vivo das seções, perfis no Facebook e no Instagram. Ninguém sabe o que o vereador foi fazer, ou qual é o papel que vem desenvolvendo, a não ser o nicho dele. É necessário ampliar a comunicação e divulgação dos trabalhos.
Outro objetivo é usar órgãos da Câmara para levar informações para fora dela. Um exemplo é a Escola do Parlamento, que pode promover escolas de cidadania nos CEUs por meio de convênios.
Em eficiência, tenho um projeto de grupo colaborativo entre assessoria técnica legislativa da prefeitura e a procuradoria da Câmara. Fazer com que Executivo e Legislativo se conversem, para que os projetos cheguem mais preparados e estruturados.
Sobre tecnologia, foi implantado o processo administrativo digital na Câmara agora em dezembro. Isso vai gerar uma economia de R$ 250 mil por ano, e amplia o acesso da população aos processos. Em 2017, foram 1.021 projetos protocolados e a tramitação média foi de 431 dias. Chega a ser grotesco o tipo de burocracia que emperra o trabalho do legislativo.
A Câmara tem que ser mais amigável. Hoje ela não tem esse aspecto amplo e plural, e precisa ter, porque é o que ela é, e tem que saber externar isso.
O senhor faz parte da igreja evangélica Bola de Neve e é uma liderança religiosa na Câmara. No ano passado, o senhor elaborou uma emenda que isentava igrejas de taxas administrativas, e ela foi vetada pelo então prefeito João Doria (PSDB). O senhor vai tentar passá-la novamente?
Criei a Frente Cristã em Defesa da Família na Câmara, que inclui 19 vereadores [de 55] se contarmos evangélicos, católicos e um espírita. O presidente da Câmara não é dono da Câmara. Como vereador, continuarei com as minhas pautas. Se houver oportunidade de prever algum tipo de isenção de alguma taxa que a gente entenda ser abusiva relacionada as igrejas eu vou propor, sim.
Considera justo dizer que o senhor é identificado majoritariamente como defensor de pautas evangélicas?
Se você for avaliar o ano passado e também 2018, minha pauta foi econômica, liberal. Código de defesa do consumidor, código de defesa do contribuinte, programa de parcelamento incentivado… A bandeira evangélica é uma das mais importantes, se não for a mais importante que eu tenho. Mas tenho outras também.
O senhor é autor do projeto da Escola Sem Partido em âmbito municipal. Pretende votá-lo em 2019? Trata-se de projeto que tem causado polêmica nacionalmente e que pode ser barrado pelo STF.
A sessão de discussão e votação desse projeto está marcada para 20 de dezembro deste ano. Tentarei votá-lo também, em segundo turno, no começo de 2019. Se o STF se manifestar contrariamente, acabou. Se for favorável, impulsionará grandemente o projeto. Enquanto não há decisão, vamos avançar.
Fonte: Folha de S. Paulo