Coreia do Sul anunciou novas restrições de distanciamento social nesta segunda-feira, 17, após identificar novos focos de disseminação do coronavírus.

Autoridades da saúde na Coreia do Sul disseram que cerca de 300 pessoas ligadas a uma igreja em Seul estavam infectadas com o novo coronavírus.

Jun Kwang-hoon, pastor da igreja Sarang Jeil, teria violado regras de quarentena e escondido parte de uma lista de membros da igreja que deveriam passar por teste PCR, para detectar a covid-19.

O pastor Jun e seus seguidores também teriam participado de uma manifestação conservadora antigoverno na central de Seul no sábado (15).

Jun disse em entrevista a um veículo ligado à igreja que obedece as regras do governo, mas está sendo vítima do “terror do vírus”.

O governo sul-coreano determinou nesta segunda-feira (17) uma quarentena para 3.400 membros da igreja Sarang Jeil.

Um em cada seis fiéis da igreja foi diagnosticado com resultado positivo para Covid-19, afirmou o vice-ministro da Saúde, Kim Gang-lip.

O Ministério da Saúde entrou com um processo contra o líder religioso por violar as regras da quarentena e obstruir o rastreamento dos casos ao entregar uma lista incompleta dos membros da congregação.

O presidente Moon Jae-in postou no Facebook que tais atos são comportamentos extremamente aberrantes que jogam água fria nos esforços das pessoas. Ele acrescentou que eles representam um desafio claro ao sistema de prevenção e controle de doenças do país.

Moon também manifestou a intenção do governo em tomar uma abordagem severa com a igreja e fazer tudo que ele pode para controlar o vírus.

Entre fevereiro e março, a Coreia do Sul havia reportado mais de 5 mil infecções relacionadas à igreja Shincheonji, que tornou a nação a segunda mais afetada pelo coronavírus na época.

A Coreia do Sul se manteve como um dos países desenvolvidos com as taxas de infecção e mortes mais baixas desde os dias iniciais da epidemia. Seul conseguiu evitar lockdowns rigorosos através de testes rápidos e rastreamento de contato detalhado.

A Coreia do Sul foi elogiada em todo o mundo pelo sucesso na contenção do novo coronavírus, mas tem enfrentado batalhas persistentes contra o aumento repentino de casos. Os registros mais recentes elevaram o total de infecções a 15.515 e os óbitos a 305.

O Centro de Prevenção e Controle de Doenças da Coreia (KCDC) registrou 197 novos casos no domingo, 16, a maior parte deles na região metropolitana de Seul, marcando o quarto dia consecutivo de registros de três dígitos.

O vice-ministro da Saúde disse que se a taxa de novas infecções não se estabilizar nesta semana, o governo vai precisar restringir a circulação, fechar espaços de alto risco e proibir reuniões de mais de 50 pessoas em locais fechados.

Fonte: Portal MIE e Estadão

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