O terremoto mais forte a atingir a China nos últimos 30 anos matou pelo menos 12 mil pessoas na província de Sichuan, no sudoeste da China, na segunda-feira.
De acordo com a agência de notícias oficial do país, a Xinhua, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, convocou uma reunião de emergência e ordenou a retirada das barreiras e abertura das estradas para a província antes do início da tarde desta terça-feira.
As linhas telefônicas da região ainda não estão funcionando e as estradas estão bloqueadas por rochas que desabaram com o terremoto e, segundo o correspondente da BBC Michael Bristow, as chuvas torrenciais também prejudicam o resgate.
“Devemos tentar fazer o máximo para abrir as estradas para o (local do) epicentro (do terremoto) e resgatar as pessoas nas áreas atingidas pelo desastre”, disse Jiabao.
O terremoto de 7,8 pontos na escala Richter foi registrado às 14h28 (3h28 de Brasília), teve seu epicentro próximo da cidade Wenchuan, a cerca de 100 quilômetros a noroeste de Chengdu.
Wen Jiabao foi às pressas à cidade de Dujiangyan, que fica a cerca de cem quilômetros do epicentro do terremoto.
“No momento temos muita dificuldade para realizar os trabalhos de resgate”, disse o premiê chinês. “Estradas bloqueadas, comunicações interrompidas e a chuva contínua criaram obstáculos.”
“As vidas das pessoas e a segurança das propriedades são as prioridades e muitos ainda estão presos nos escombros. Temos que usar cada segundo e fazer o máximo para salvar os sobreviventes”, acrescentou Jiabao.
Apenas em Dujiangyan 900 estudantes foram soterrados pelos escombros da escola onde estavam no momento do terremoto e pelo menos 50 morreram.
Soldados
Segundo a agência de notícias Xinhua mais de 16 mil soldados chineses se juntaram às operações de resgate na província de Sichuan.
Outros 34 mil membros das forças armadas dos comandos militares de Jinan e Chengdu estão avançando em direção às regiões de desastre em aviões, trens, caminhões e a pé.
O governo também enviará 20 aviões militares para transportar as forças armadas e a polícia.
Ainda de acordo com a Xinhua, na manhã de terça-feira uma equipe de 227 médicos do setor militar da China e sismologistas chegou à cidade de Dujiangyan.
O número de mortos deve aumentar ainda mais quando as equipes conseguirem fazer contato com o epicentro do tremor, em Wenchuan, que tem uma população de 111,8 mil habitantes e é famosa por abrigar um centro de reprodução ursos panda gigantes.
Uma autoridade da cidade, Wang Bin, pediu ajuda por meio de um telefone via satélite.
“Precisamos urgentemente de barracas, alimentos, remédios e equipamentos de comunicação”, afirmou. “Também precisamos de funcionários médicos para salvar as pessoas feridas.”
Prédios destruídos
Apenas em um condado, Beichuan Qiang, onde estima-se que até 80% das construções foram destruídas, o número de mortos está entre 3 e 5 mil pessoas.
Em Shifang, duas fábricas de químicos desmoronaram e centenas de pessoas estão presas nos escombros. Cerca de 80 toneladas de material corrosivo vazaram e 6 mil pessoas tiveram de ser evacuadas e, segundo a Xinhua, 600 pessoas morreram.
O terremoto desta segunda-feira chegou a 7,8 pontos na escala Richter e foi o pior a atingir a China nos últimos 30 anos.
A última vez que um abalo dessa magnitude foi registrado na China foi em julho de 1976, quando um terremoto destruiu a cidade de Tangshan, no norte do país, e matou pelo menos 242 mil pessoas.
O terremoto também foi sentido em Pequim, Xangai e alguns lugares de Hong Kong.
O último terremoto a afetar a China foi registrado em 21 de março e alcançou 7,2 graus na escala Richter, atingindo a região de Xinjiang. Mas o abalo causou pouca destruição em comparação com o terremoto da segunda-feira.
Fonte: BBC Brasil