O número de mortos no terremoto que sacudiu há três dias a província chinesa de Sichuan, no sudoeste do país, pode chegar a 50 mil.

Segundo os últimos dados compilados pelo governo, há 19,5 mil mortes confirmadas e 30 mil pessoas ainda estão soterradas. Outras 15 mil estão desaparecidas e 65 mil ficaram feridas.

A China estima que 10 milhões de pessoas tenham sido afetadas pelo tremor.

O vice-ministro da Saúde chinês, Gao Qiang, afirmou nesta quinta-feira que o terremoto de 7,9 graus na Escala Richter “é o pior desastre da história recente da China”.

“Este é o pior desastre natural da República Popular da China”, disse ele, em referência ao nome adotado pelo país após a revolução de 1949.

Reforço

A China está enviando mais 50 mil soldados para ajudar os cerca de 30 mil que já participam dos esforços de resgate.

Gao Qiang disse que as buscas irão continuar independentemente do fato de que a cada hora que passa diminuem as chances de encontrar sobreviventes.

“Nós não vamos nunca desistir de ter esperança”, afirmou.

O número de vítimas, no entanto, vem aumentando à medida que as equipes de emergência penetram nas áreas mais atingidas.

Cidades e vilarejos na província de Sichuan foram os mais castigados. Entre as vitimas fatais já confirmadas, 500 estão em Wenchuan, 5.430 em Mianyang, 6.049 em Deyang, 1.215 em Chengdu e 711 em Guangyuan.

Dos 12 mil habitantes de Yingxiu, apenas 3 mil sobreviveram.

Na escola de Dujiangyan, onde pelo menos 900 crianças estavam soterradas, 270 mortes foram confirmadas até o momento.

Em Sichuan, 64.040 vítimas do terremoto estão internadas e 12.587 apresentam ferimentos graves, informou o ministro.

O governo alocou 200 milhões de yuans (cerca de R$ 47 milhões) para a compra de medicamentos e equipamentos e outros 200 milhões yuans para cobrir os gastos com a operação de resgate.

Resgate

As forças de resgate ainda não conseguiram chegar a três vilarejos que ficam em encostas montanhosas nas cercanias do epicentro.

Nesta quinta-feira o tempo melhorou e já permite o envio de auxílio aéreo para áreas planas.

O primeiro-ministro Wen Jiabao despachou mais 90 helicópteros para ajudar a levar mantimentos, primeiros-socorros e equipes de resgate às áreas incomunicáveis.

Cerca de 1.200 voluntários se juntaram à força de cinco mil médicos e profissionais de saúde que já estão em Sichuan.

Atendendo ao apelo do governo chinês, milhares de pessoas em cidades como Pequim e Xangai fazem fila para doar sangue, dinheiro e mantimentos para os afetados pelo terremoto.

O governo chinês anunciou nesta quinta que equipes japonesas especialistas em resgate serão enviadas ao país para ajudar a encontrar sobreviventes.

Agências de ajuda de Taiwan também estão enviando dois aviões carregados com mantimentos e equipamentos para resgate, além de voluntários.

Cerca de 150 toneladas de suprimentos – incluindo barracas, sacos de dormir e cobertores serão transportados nos dois primeiros aviões taiwaneses, doados por instituições de caridade e grupos religiosos.

Na quarta-feira, as autoridades chinesas estimaram que a situação no epicentro do terremoto seria “pior do que o esperado”.

Fonte: BBC Brasil

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