A ex-aluna Adriana rompeu com a mentalidade de guerrilheira após passar sua adolescência no Abrigo da Portas Abertas na Colômbia

Antes de vir morar no Abrigo da Portas Abertas na Colômbia, Adriana* era uma adolescente rebelde e odiava a mãe. Ela tinha vergonha pelo fato de sua mãe ser separada do marido e ter criado os filhos sozinha.

Aos 15 anos, Adriana pensou seriamente, por pelo menos três vezes, sobre a possibilidade de aderir à guerrilha. Ela foi atraída pelos luxos prometidos pelos rebeldes guerrilheiros, e também porque seus irmãos mais velhos eram membros desses grupos extremistas.

Outro fator que a impulsionava a tomar essa decisão era o fato de sua mãe ter sido guerilheira em sua juventude, durante 20 anos, antes de se tornar um cristã e deixar o grupo rebelde.

Mesmo conhecendo e aprendendo sobre Deus através de sua mãe, Adriana não tinha um compromisso real com Ele. Para ela, o cristianismo era uma soma de rituais que não a atraiam. Então, seus planos eram os de se juntar aos guerrilheiros e seguir os passos de alguns membros de sua família.

Quando chegou à adolescência, ela corria um sério risco de ser recrutada pela Frente 27 da guerrilha das FARC- EP, criminalmente ativos na região de Meta, no sul da Colômbia, onde vivia com sua mãe.

Dois de seus irmãos já haviam entregue toda a sua juventude a este violento movimento, e um deles deu sua vida. Seu irmão mais novo morreu em combate contra o exército colombiano, e ela e sua mãe nunca puderam encontrar seu túmulo ou seu corpo.

[b]Os planos de Deus são maiores
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Mas, Deus tinha outros planos para ela aos 15 anos de vida, quando sua mãe tomou conhecimento do abrigo da Portas Abertas.

Nessa época, a mãe dela era uma evangelista, convidava membros das Farc para reuniões em sua casa e compartilhava o Evangelho com eles. Ela pertencia a um grupo de ex-rebeldes que receberam treinamento bíblico da Portas Abertas Colômbia.

Então a mãe de Adriana, a levou para o Abrigo, criado para cuidar dos filhos de cristãos que vivem sob perseguição direta e que correm risco de serem sequestrados ou recrutados pela guerrilha.

“A minha estadia no Abrigo por cinco anos, mudou minha vida e da minha família”, disse Adriana à Portas Abertas, em dezembro de 2012, um ano após se formar. “Ter vivido no Abrigo foi um privilégio, e sou grata a Deus e a todas as pessoas que marcaram a minha vida”, disse ela. “Eles me instruiram, me guiaram, me deram conselhos. Isto tudo é muito importante para mim. Se eu não tivesse chegado a esse lugar, eu acho que a minha vida não teria sido a mesma”.

“Do Abrigo, o que eu mais me lembro é de como cuidar dos porcos!” Admitiu Ela, com um sorriso. “Eu não gostava deles, mas eu tive que fazê-lo por um ano, isso quebrou o meu orgulho. Às vezes, achamos que estamos bem e que tudo é bom, mas é nesse momento que temos que ter mais cuidado, porque é quando estamos cheios de orgulho; mas o mais importante para o nosso coração é ter humildade. Deus quer um coração humilde, quebrantado e contrito e não um coração exaltado”.

Foi no Centro de crianças que ela descobriu Deus de uma maneira que nunca tinha visto antes, disse ela. Ela também reconheceu o apoio que Portas Abertas deu à sua família, ajudando discipulando e treinando sua mãe, e proporcionando-lhes também apoio financeiro.

“Meus irmãos não são cristãos, mas, apesar de terem os seus corações endurecidos e não quererem saber nada sobre Deus ou sobre a Bíblia, minha mãe sempre diz a eles: ‘Deus é o único que pode nos ajudar’, e agora eles agradecem a Deus”.

Um dos irmãos de Adriana abandonou a guerrilha em 2010, junto com uma mulher que hoje é sua esposa.

“O meu irmão mais velho tambem começou a ler a Bíblia. Estou tão feliz por isso, e eu sei, que mais cedo ou mais tarde, Deus vai fazer a Sua obra em cada um deles”, concluiu ela.

Depois de formada, Adriana começou seus estudos universitários em Design Gráfico. Mas ela só pôde estudar por um semestre, já que alguém que tinha se comprometido em ajudá-la financeiramente não pôde continuar ajudando, por isso ela teve que abandonar o curso. “Essa experiência me ensinou a confiar somente em Deus, e não nas pessoas, como diz a Bíblia!”, disse ela.

E quando ela tentou conseguir um emprego, sua falta de experiência foi um impecílio. Mas, no momento, Deus abriu as portas e lhe deu a oportunidade de continuar seus estudos na Universidade de Meta, graças a dois doadores anônimos que foram tocados depois de ouvir o seu testemunho e decidiram ajudá-la.

[b]Nasce um ministério
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No entanto, o mais significativo para Adriana foi que um ano após a sua formatura, ela pôde participar de um treinamento para víuvas organizado pela Portas Abertas em Arauca, no leste da Colômbia. “Ali recebi um chamado de Deus para trabalhar com crianças e jovens, ensinando-lhes o Evangelho”, disse ela.

Foi uma surpresa para ela, porque sempre pensou que seu ministério estivessse relacionado a louvor e adoração, como foi no grupo de adoração da escola.

“Estou orando para que Deus me mostre o caminho de como posso serví-lo neste ministério. Eu perguntei a Ele: ‘Como serei capacitada? ‘, e estou esperando por Sua resposta. Eu estou pedindo a Ele que me dê sabedoria e me guie”, concluiu.

[b]Fonte: Missão Portas Abertas[/b]

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