A Constituição do Egito, que adota a sharia (lei islâmica), prevê que quando um dos pais se converte ao islã, os filhos passem automaticamente para a custódia do pai muçulmano. É o caso de Mario e Andrew Medhat Ramsis, gêmeos coptas hoje considerados muçulmanos depois que o pai deles se converteu ao islã.
O caso de custódia deles teve início no dia 3 setembro, mas foi adiado. O advogado deles, Naguib Gabriel, enfrenta intensa oposição, enquanto trabalha para retardar o julgamento para depois do dia 17 de novembro, quando será julgada a questão da reconversão de 12 muçulmanos que querem voltar ao status de coptas.
Os pais dos gêmeos, Medhat Ramses e Kamilia Lutfi Medhat, eram um casal cristão quando os meninos nasceram, mas o pai se divorciou da mãe, deixando para trás os filhos dele, e se converteu ao islã para se casar com uma muçulmana.
Em fevereiro, a mãe dos meninos descobriu que eles tinham sido colocados em classes de educação islâmicas na escola para refletir sobre a escolha do pai. No entanto, o homem muçulmano já não vivia com a família cristã desde a conversão dele ao islamismo e do novo matrimônio, em 2002.
Os gêmeos ganharam notoriedade quando se recusaram a prestar o exame de religião islâmica, em maio deste ano, exigido para passar ao próximo grau.
“Somos cristãos”, declararam os meninos
Na ocasião eles declararam: “Sou cristão”. Cada um deles escreveu a frase em um teste. Eles deixaram as demais respostas em branco (leia mais).
O Ministro de Educação do Egito, Yusri al-Gamal, anunciou no dia 25 de agosto que passaria os meninos automaticamente para o próximo grau, mas a mãe cristã dos gêmeos disse que ainda restam problemas subseqüentes.
“Soube que a lei de egípcia concede a custódia das crianças para a mãe até que elas completem 15 anos, mas eu descobri que isto só se aplica a mães muçulmanas”, disse Kamilia Lutfi em uma entrevista coletiva no dia 27 de agosto deste ano, de acordo com o semanal copta “Watani”.
“Se os gêmeos se recusarem a colocar o islã em seus documentos, correm o risco de não receberem os serviços básicos como educação e cuidados médicos”, disse Hossam Baghat, da ONG Iniciativa Egípcia pelos Direitos Individuais.
“Basicamente, eles não podem se matricular em escolas públicas e esse é o problema mais importante”, explicou Baghat ao Compass.
Ele espera que os meninos não sejam acusados de apostasia e possam ficar com a mãe cristã. Interceda por justiça, para a segurança deles e para que o debate sobre a questão da conversão a outros credos seja usado por Deus na transformação de muitos corações e para a liberdade de pregar sobre Cristo no Egito.
Fonte: Portas Abertas