Segredos de pedofilia numa religião americana – Testemunhas de Jeová em crise é o título de um polêmico CD lançado nos Estados Unidos que mostra casos de abuso sexual praticado contra crianças por adeptos e dirigentes da Sociedade Torre de Vigia. O álbum, organizado por Barbara Anderson, reúne cerca de 5 mil páginas de denúncias contra integrantes do movimento Testemunhas de Jeová (TJ).

O CD mostra como os crimes são acobertadas pelo Corpo Dirigente da Sociedade Torre de Vigia a fim de evitar que os pedófilos sejam punidos pela lei. Em muitos casos, os autores dos abusos continuam nos seus cargos de liderança, como anciãos ou servos ministeriais, ou no máximo recebem uma punição interna, como a perda do posto durante algum tempo.

Barbara Anderson apresenta 12 casos que tramitaram na Justiça americana desde 1999, mas revela que muitos acordos extrajudiciais foram feitos em décadas anteriores. De acordo com o conteúdo do CD, os acordos entre as vítimas e a Sociedade Torre de Vigia são propostos pelos advogados dos TJ como forma de abafar os casos e impedir a exposição negativa da organização religiosa perante a sociedade.

O trabalho relata minuciosamente nove casos em que foram feitos acordos no início de 2007, envolvendo 16 vítimas e oito molestadores. Esses processos foram abertos entre 2003 e 2006 por um escritório de advocacia em Fort Worth, Texas. Os réus principais são uma congregação TJ do Oregon, outra do Texas, sete da Califórnia e a própria Sociedade Torre de Vigia de Nova Iorque, a sede mundial da denominação.

Os casos fazem lembrar o escândalo dos padres americanos pedófilos, que veio à tona em 2002. A diferença é que, ao contrário dos clérigos católicos, os dirigentes TJ envolvidos em crimes sexuais preferiram fazer secretamente acordos individuais. Todos os casos foram encerrados sem direito a apelação. “Usualmente, esse tipo de acordo indica aporte financeiro por parte dos réus”, avalia Barbara Anderson. Segundo o CD, as crianças molestadas haviam sido abrigadas ou recebiam ajuda material dos TJ, o que facilitou o contato com os abusadores.

Fonte: Cristianismo Hoje

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