A ofensiva israelense contra o grupo palestino Hamas, na Faixa de Gaza, fez com os ataques contra judeus em várias partes do mundo atingissem níveis alarmantes, afirmou nesta sexta-feira Abraham Foxman, diretor da Liga Antidifamação dos Estados Unidos, um grupo que combate práticas antissemitas.

Segundo Foxman, o impacto da ofensiva foi muito além de Gaza e Israel, fazendo com que judeus e sinagogas fossem atacados em alguns países e houvesse um aumento da retórica antissemita em diversas partes.

“Em todos os meus anos na Liga Antidifamação, eu nunca fiquei tão preocupado sobre a segurança dos judeus como estou hoje”, disse Foxman, durante um encontro com líderes judeus em Palm Beach, no Estado americano da Flórida.

Segundo ele, durante as três semanas da ofensiva em Gaza, foram registrados pelo menos 113 incidentes com características antissemitas na França, índice que corresponde ao número de incidentes registrados no período de três meses do ano de 2007.

Também durante a ofensiva, teriam sido registrados 220 casos de antissemitismo na Grã-Bretanha, um aumento de oito vezes em relação ao mesmo período de 2008.

Foxman também citou que em protestos contra a ofensiva na Europa e na América Latina, manifestantes gritavam lemas antissemitas.

Ainda segundo o diretor da Liga Antidifamação, foram registradas charges no Brasil que comparavam a ação de Israel com políticas nazistas.

Ele ainda citou o caso de dois israelenses que foram baleados por um homem de origem palestina no final de dezembro, na Dinamarca, e o de um time de basquete israelense que teve que deixar a quadra após a platéia chamá-los de “assassinos”.

Ele ainda afirmou que houve ataques a sinagogas na Bélgica, Grécia e nos Estados Unidos.

“Não há país no mundo, da Áustria ao Zimbábue, passando pela Islândia, que não esteja experimentando um retorno do vírus do antissemitismo”, afirmou.

Foxman também criticou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmando que “sua retórica e suas ações encorajaram e fortaleceram o antissemitismo”.

No início de janeiro, Chávez anunciou a expulsão do embaixador israelense em protesto contra ofensiva em Gaza.

Em um dos incidentes mais graves na Venezuela, um grupo de cerca de quinze homens invadiu e depredou uma antiga sinagoga em Caracas.

“O ataque aconteceu em uma atmosfera de intimidação e de ameaças que foi estimulada pelas comparações entre Israel e o nazismo feitas por Chávez e seu regime”.

Segundo ele, alguns jornais venezuelanos também pediram um boicote a negócios controlados por judeus.

Casos parecidos teriam sido registrados na Itália, na África do Sul, Argentina e Suíça.

Fonte: Folha Online

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