As denominações representadas no Conselho de Igrejas de Porto Rico (CIPR) lançaram, ontem, comunicado em que se comprometem a acompanhar de forma solidária o povo “no meio de suas dores e proclamam a esperança e a promessa de vida abundante”.

Depois de várias semanas de protestos e atos de desobediência civil, organizações civis programaram para hoje paralisação total em repúdio à demissão de mais de 20 mil funcionários públicos. Economistas advertiram que as demissões prolongarão a recessão econômica na ilha e que a greve de um dia representa um prejuízo de 32 milhões de dólares.

O CIPR assinala que o governo, com as demissões promovidas, coloca milhares de famílias numa situação de completa indefesa e desassossego.

Uma decisão como esta, afirma a nota do Conselho, afeta a capacidade do governo para enfrentar a criminalidade, assegurar o bem-estar da infância e da velhice, a defesa dos direitos da mulher, as pessoas portadoras de deficiência uma vez que esses grupos de pessoas deixarão de contar com o serviço dos funcionários demitidos.

“Perguntamo-nos qual será o custo social das medidas que se implantaram? Onde está a sensibilidade ante o sofrimento generalizado que implicou a perda do pão de cada dia? Onde ficam os conceitos de dignidade da vocação de serviço público e do bem comum em nosso país?”- indaga o Conselho.

O comunicado diz que o povo não está num beco sem saída, porque o Deus de Jesus Cristo abre novas possibilidades e traz esperança. O CIPR conclama as igrejas para que invistam no acompanhamento dos que sofrem nesse momento difícil do país.

Segundo a Câmara de Comércio, em 2009 a iniciativa privada fechou 4 mil postos de trabalho. A Junta de Reestruturação e Estabilização Fiscal anunciou em setembro a demissão de 16,9 mil funcionários públicos para reduzir o déficit fiscal em 3,2 bilhões de dólares.

Outros 7,8 mil empregados ficaram desempregados em maio. Mas mais de três mil professores com contratos emergenciais foram recrutados no início do período letivo, em agosto.

A taxa de desemprego subiu para 15,8% em setembro e o governo estima que subirá para 17,1% quando a maioria dos 16,9 mil funcionários públicos ficarem sem trabalho, a partir do dia 6 de novembro.

Fonte: ALC

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