A organização Catholics for Choice publicou ontem uma carta no jornal italiano “Corriere della Sera”, na qual qualifica de “desastrosa” a proibição dos anticoncepcionais pela Igreja e pede ao papa Bento XVI que considere uma reforma sobre este tema.

A organização internacional, que comprou meia página de publicidade no jornal, escreveu a carta aberta ao papa por ocasião do 40º aniversário da encíclica de Paulo VI Humanae Vitae, na qual se consolidava a posição da Igreja sobre os métodos contraceptivos.

Na carta, a Catholics for Choice diz que a posição do Vaticano é “devastadora” e acrescenta que essa proibição “foi particularmente desastrosa no sul do mundo, onde as hierarquias católicas exercem uma grande influência sobre as políticas de planejamento familiar”.

Além disso, acusam a Igreja Católica de “obstaculizar a criação de boas políticas de saúde pública para o planejamento familiar e a prevenção do vírus da Aids”.

A organização pede à Igreja que tome consciência de que a mensagem da encíclica Humanae Vitae para convencer os católicos a renunciar aos modernos métodos contraceptivos fracassou.

“Estudos realizados no mundo todo revelaram que os católicos usam anticoncepcionais e apóiam o uso do preservativo como método para evitar o vírus do HIV”, acrescenta.

Mesmo assim, lamentam que “a proibição tenha impedido muitas mulheres e homens de todo o mundo de ter acesso a preservativos ou a métodos anticoncepcionais para o planejamento familiar”.

Por isso, solicitam a Bento XVI que comece um processo de reforma, “que sendo fiel aos aspectos positivos da doutrina católica sobre a sexualidade termine com a proibição dos contraceptivos e consinta aos católicos planejar sua própria vida familiar de maneira segura e em paz com suas consciências”.

Na carta também se explica como Paulo VI ignorou os resultados do estudo realizado em 1966 por uma comissão pontifícia, que se expressava a favor dos métodos de anticoncepção.

O jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, publicou também ontem um artigo de seu diretor, Giovanni Maria Vian, no qual relatava como Paulo VI rejeitou essa recomendação.

Fonte: EFE

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