Abebu Mosisa, da Etiópia Ocidental, estava em seu sétimo mês de gravidez e já com oito filhos, quando seu marido, Reta Senbeta, foi morto.
Reta era ainda jovem na fé cristã. Anteriormente adepto às tradições de seu pai, ele vivia sob a influência de líderes religiosos, até que experimentou o arrependimento e entregou sua vida a Cristo. Pessoas que o conheciam há muito tempo, opuseram-se fortemente à sua decisão de abandonar suas crenças. Além disso, um crescente número de pessoas estavam seguindo o exemplo de Reta e suas tradições.
Entre esses, um era conhecido não só por seu caráter violento, mas também por ser um homem arrogante, rico e alguém próximo aos líderes do vilarejo. Ele estava particularmente desapontado com Reta por ele ter perdido interesse em seus antigos amigos e ter abandonado as práticas tradicionais.
A partir de então, Reta começou a receber ameaças de morte desse homem, o qual condicionava a preservação da vida dele à negação de sua nova fé e também ao término de suas pregações baseadas no evangelho; caso contrário, Reta sofreria consequências.
Abebu tenta recapitular os incidentes dos meses anteriores aos que culminaram no assassinato de seu marido. “Essa pessoa nos ameaçava repetidamente. Inicialmente, não levávamos as ameaças muito a sério, mas com o passar do tempo, elas começaram a incomodar.”
Ela comenta que seu marido orava pela segurança de sua família com mais frequência que o habitual. “Às vezes, ele me acordava para orarmos juntos e falava: ‘estou angustiado e temo pela minha família. Eu não sei dizer o que é’. Então orávamos juntos. Eu, agora, percebo que Deus estava nos preparando para este dia”, conclui Abebu.
Certa quinta-feira de fevereiro amanhecia, quando Reta Senbeta voltava para casa após um culto na igreja. Foi quando o tal homem se aproximou dele. Testemunhas disseram que viram quando ele se aproximou de Reta, colocando o braços sobre seus ombros e deduziram que os dois estavam apenas conversando amigavelmente. Contudo, segundos depois, ouviram os disparos.
Quando retornaram ao local, viram Reta no chão, envolto em uma poça de sangue. O criminoso não foi mais visto. Alguns membros da igreja chegaram ao local, mas Reta não teve condições de se comunicar; ele morreu logo depois. Dois projéteis traspassaram seu peito e perfuraram um pulmão e o coração.
Inicialmente o criminoso se escondeu, mas, posteriormente, se apresentou e entregou a arma do crime às autoridades. Ele confessou o crime, mas alegou ter agido em legítima defesa.
Contudo, testemunhas disseram que não perceberam nenhum sinal de animosidade ou briga entre os dois homens, antes dos tiros.
Promotores moveram uma ação contra o assassino por “homicídio premeditado”. Mesmo assim, a população local não acredita que a justiça será feita, pois o acusado é um homem influente e em áreas rurais como essa, segundo eles, é fácil manipular a justiça.
O processo criminal está tomando o curso devido, mas Abebu tem pouco interesse nos procedimentos. Sua preocupação está voltada para o que o futuro reserva para ela e seus filhos, agora sem pai. A idade das crianças varia de 2 a 10 anos, são cinco meninos, duas meninas e o bebê recém-nascido. Os dois mais novos são irmãos gêmeos, que ela ainda amamenta.
Abebu casou-se jovem e sempre trabalhou em casa, cuidando de sua família numerosa. Por conta disso, ela não tem experiência profissional que permita que consiga um emprego bem remunerado e que possibilite o bem-estar de sua família.
A viúva parece mais velha do que realmente é. Ela está desorientada e seus olhos demonstram uma profunda tristeza. Sente-se sobrecarregada pela enorme responsabilidade que terá de desempenhar sozinha. Além de toda essa situação, as crianças parecem não entender a magnitude desta perda.
A Portas Abertas está agindo em parceria com a igreja local, dando assistência à família com alimentos e roupas.
Pedidos de oração
•Ore para que o Senhor derrame sua graça sobre a vida de Abebu e seus filhos durante este período de luto e trauma.
•Peça a Deus para que a justiça seja feita.
•Interceda pelos líderes da igreja, para que eles tenham orientação do Senhor ao ministrar sobre esta família.
•Apresente a Deus o trabalho da Portas Abertas, para que tenhamos sabedoria ao assistir famílias como a de Abebu e servir a Igreja Perseguida em áreas específicas onde o Espírito Santo quer que atuemos.
[b]Fonte: Portas Abertas Internacional [/b]