O arqueólogo e teólogo Rodrigo Silva lembrou que já tem mais de 2 mil anos que Jesus fez a promessa de que “em breve voltaria” e até hoje não voltou. “Até quando ficaremos neste mundo enfrentando sofrimentos e desapontamentos, orando e pedindo a Deus por proteção já que estamos cercados de perigos?”, questionou.
Ele publicou uma live em janeiro, em seu canal no YouTube, falando sobre o tema: O que falta para Jesus voltar? “A promessa da segunda vinda de Cristo é um dos assuntos mais repetidos na Bíblia Sagrada e há mais de duas mil referências, diretas ou indiretas, sobre a volta de Jesus e sobre o juízo final, tanto no Antigo como no Novo Testamento”, comentou.
Jesus em “breve” voltará
“Quão breve é esse ‘breve’?”, Rodrigo questiona ao citar Apocalipse 3.11 — “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. O que realmente significa o termo “sem demora” quando mais de 2 mil anos se passaram?
“Entendi que o termo não é especificamente cronológico, mas qualitativo. É como uma grande pedra que se equilibra sobre uma pedra pequena sofrendo a erosão pelo tempo. Ela pode cair a qualquer momento, mas também pode se manter ali por mais mil anos”, comparou.
O arqueólogo explica que a volta de Cristo não é algo que se pode contar no relógio, porém pode acontecer a qualquer momento. “Sem mencionar que a volta de Cristo pode ser algo individual e acontecer para mim agora, se eu morrer”, exemplificou.
Sinais da volta de Cristo
“Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu. Mas antes de tudo isso, prenderão e perseguirão vocês. Então os entregarão às sinagogas e prisões, e vocês serão levados à presença de reis e governadores, tudo por causa do meu nome.” (Lucas 21.10-12)
Segundo o teólogo, em nosso tempo, quando se lê “pestes” lembra-se imediatamente da Covid-19, mas na Idade Média as pessoas lembravam da peste negra. O mesmo ocorre quando os terremotos são analisados, entre outros sinais.
“Essas coisas sempre existiram, mas tem uma ênfase em Mateus 24.6 que vale a pena citar: ‘É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim.’ Jesus explicou que todos os sinais seriam apenas o princípio das dores, lembrou.
“Esse ambiente apocalíptico nos remete à iminência da volta de Jesus e nos dá um senso de missão, da urgência de ter que falar do Evangelho”, aponta e compara aos momentos que antecedem a um tsunami. “Quem sabe que o mar recua antes da chegada do tsunami não perde tempo em anunciar que ele vai voltar”, disse.
Equilíbrio e ponderação
Rodrigo também cita um ponto importante para os dias atuais. “Não é conveniente também que os cristãos preguem somente sobre a volta de Cristo e não percebam que, hoje, há 19 milhões de pessoas passando fome no Brasil. Não adianta só oferecer a oração para quem está pedindo pão”, frisou.
“Não podemos perder o rumo da história considerando só o amanhã, sem viver o dia de hoje. Estamos vendo o princípio das dores, mas como a Bíblia afirma: ainda não é o fim. Todos os sinais nos lembram que Jesus vai voltar, mas não vão garantir que isso acontecerá agora”, lembrou.
Segundo o arqueólogo, é possível perceber que, de maneira sociológica, o mundo já está preparado, política e socialmente, para que o Anticristo assuma o governo mundial. “Por exemplo, sempre houve epidemias no mundo, mas uma pandemia é a primeira vez. Também é a primeira vez que estão desenhando uma economia mundial. Estamos caminhando para um governo único”, compartilhou.
O êxodo e a volta de Cristo
Comparando as pessoas do dia de hoje com os hebreus que passaram quarenta anos peregrinando no deserto, sem conseguirem alcançar a Terra Prometida, Rodrigo diz: “Era o tempo propício para conquistarem Canaã, porém o povo saiu do Egito, mas o Egito não saiu dele”, observou.
Quando as pessoas se preocupam demais com sinais externos correm o risco de perder a salvação. “Eles estavam olhando para tudo o que acontecia no Egito e se esqueceram de olhar para o que estava acontecendo dentro deles”, disse.
Esse paralelo é um alerta para as pessoas deste século. “Estamos na iminência de Jesus voltar, mas se olharmos para o ‘Egito’ sem observar o que acontece dentro de nós, pode ser que mesmo estando libertos, seguiremos vagando no deserto do mundo”, concluiu.
Fonte: Guia-me – Cris Beloni