O Papa Bento XVI colocará um fim nos “abusos na celebração da missa e nos enfrentamentos com os partidários da missa em latim”, declarou nesta quinta-feira um responsável do Vaticano à agência I-Media, especializada em informações sobre o Vaticano

Segundo o bispo cingalês Albert Malcom Ranjith Patabendige Don, novo secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, o Papa tomará medidas, já que a liturgia da Igreja Católica é, em várias ocasiões, um “escândalo”.

O religioso, nomeado por Bento XVI, denunciou certos “abusos” na aplicação das reformas da liturgia adotadas depois do Concílio Vaticano II, há 40 anos. Estas reformas, entre elas o abandono da chamada missa “tridentina” (celebrada em latim e na qual sacerdote dá as costas aos fiéis), “não deu os resultados esperados”, segundo Monsenhor Ranjith.

As reformas não foram aceitas em momento algum pela corrente católica tradicionalista organizada em torno do bispo francês Marcel Lefebvre, já falecido.

O Papa Bento XVI, que recebeu no verão passado o líder dos lefebvristas, Monsenhor Bernard Fellay, colocou como objetivo fazê-los retornar ao seio da Igreja Católica.

Segundo Monseñor Ranjith, Bento XVI “tomará medidas para nos indicar a seriedade com a qual devemos celebrar a missa”.

O bispo cingalês declarou que o Vaticano recebe “todos os dias (…) inúmeras cartas, nas quais as pessoas lamentam os numerosos abusos: sacerdotes que fazem o que querem, bispos que se desentendem ou que justificam o que fazem os sacerdotes em nome da ‘renovação’ (…) ao final, a pessoas vão à missa tridentina e nossas igrejas se esvaziam”.

No entanto, “a missa tridentina não pertence aos Lefebvristas”, destacou Monsenhor Ranjith, acrescentando que já está na hora de “acabar com os conflitos”.

Fonte: AFP

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