O papa Bento XVI desembarcou neste domingo em Sydney, onde 500.000 pessoas devem comparecer às Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), num momento em que a Igreja romana busca converter as novas gerações para lutar contra a redução do número de fiéis em todo o mundo.
O avião do Papa pousou na base militar de Richmond, no noroeste de Sydney, às 15H00 locais (02H00 de Brasília) deste domingo. Bento XVI, que deixou Roma no sábado, foi recebido pelo primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, e pelo arcebispo de Sydney, George Pell.
O Papa desfrutará de três dias de descanso total em um local discreto perto de Sydney antes de assistir às JMJ. Seu programa oficial começará no dia 17 e terminará no dia 20 de julho.
Procedentes de todos os continentes, os 125.000 delegados das JMJ, aos quais se juntarão dezenas de milhares de australianos, vão proporcionar à Igreja católica (um bilhão de fiéis em todo o mundo) o espetáculo valorizador de uma comunidade religiosa jovem, planetária, entusiasta e unida em torno de seu líder espiritual.
De 15 a 20 de julho, a Austrália recebe a juventude católica para JMJ abertas oficialmente na sexta-feira e que serão encerradas por uma gigantesca missa ao ar livre.
De acordo com os organizadores, a congregação constitui o maior evento de 2008 depois das Olimpíadas de Pequim.
“Trata-se da maior congregação humana deste ano depois das Olimpíadas de Pequim”, declarou à AFP Kristina Keneally, ministra do Estado de Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney.
“Para a Austrália, o evento é até maior que as Olimpíadas de Sydney” em 2000, afirmou.
Para o padre Mark Podesta, porta-voz das JMJ, os diferentes eventos, todos gratuitos, também vão atrair ateus e fiéis de outras religiões.
“Não se trata de converter as pessoas, ou de recrutá-las. É uma celebração da juventude”, explicou.
“Alguns momentos são religiosos, mas os eventos, sobretudo o festival da juventude, são abertos para todos”, acrescentou.
As JMJ de Sydney são as 23ª desde sua criação, em 1986, por João Paulo II, e a décima congregação mundial depois de Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (Espanha, 1989), Czestochowa (Polônia, 1991), Denver (Estados Unidos, 1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma, (2000), Toronto (Canadá, 2002) e Colônia (Alemanha, 2005).
Mais de um milhão de fiéis participaram das JMJ de 2005 em Colônia, e mais de dois milhões compareceram às de Manila em 1995.
Segundo Keneally, mesmo se muitos australianos nunca tinham ouvido falar das JMJ, Sydney vai participar plenamente do evento.
“O que Sydney sabe fazer muito bem é sediar eventos”, garantiu.
Após cinco anos de preparação, o governo australiano afirmou que os serviços de saúde, de transporte e de polícia estão prontos para receber os visitantes.
Apesar das críticas envolvendo o custo do evento e as ajudas públicas, as perturbações esperadas da circulação e as posições do Papa sobre a homossexualidade ou a contracepção, os organizadores prevêem JMJ sem incidentes.
Esta viagem de Bento XVI é a nona em três anos. Ele é o terceiro Papa a viajar à Austrália depois de João Paulo II (em 1986 e em 1995) e Paulo VI (em 1970).
Fonte: Yahoo Notícias