O papa Bento 16 criticou ontem que também entre os homens de Igreja existe a ambição de fazer carreira e de ganhar poder, e assegurou que a instituição “sofre” com o fato de que essas pessoas “se esforcem por elas mesmas, e não pela comunidade”.
O pontífice fez essas declarações perante milhares de fiéis que assistiram na Sala Paulo 16 do Vaticano a audiência pública das quartas-feiras, na qual ressaltou a figura do santo espanhol Domingo de Guzmán (1170-1221).
Ao falar do fundador da Ordem dos Dominicanos, o papa disse que quando Domingo de Guzmán foi eleito padre da catedral de Osma, essa nomeação podia representar para ele motivo de prestígio tanto na Igreja como na sociedade. No entanto, ele não a considerou assim, mas como um serviço a cumprir com dedicação e humildade.
“Não é uma tentação o afã de fazer carreira ou a ambição de poder?”, perguntou-se o papa, que respondeu que a essa tentação “não são imunes nem sequer os que têm um papel de governo na Igreja”.
Bento 16 lembrou a frase pronunciada durante a última consagração de bispos. “Não busquemos o poder, prestígio ou estima para nós mesmos. A Igreja sofre com o fato de que a pessoa se esforce por si, e não pela comunidade”, disse.
O papa ressaltou o interesse de Domingo de Guzmán para que os irmãos de congregação do dominicano tivessem uma sólida formação teológica e espírito missionário. Além disso, o papa afirmou que no coração da Igreja “é sempre preciso arder o fogo missionário, que estimula constantemente o anúncio do Evangelho”.
Fonte: EFE