O papa Francisco disse nesta segunda-feira, 7, que a Igreja está empenhada em combater o abuso sexual de menores, o que considera ser “um dos crimes mais vis e mais nocivos”.
“Não posso permanecer em silêncio diante de uma das pragas do nosso tempo, e que, infelizmente, também tem implicado vários membros do clero. O abuso de menores é um dos piores e mais vis possíveis crimes”, disse o papa, durante um encontro com o corpo diplomático acreditado no Vaticano.
Depois de 2018 ter sido um ano marcado pela revelação de uma série de escândalos de abusos sexuais do clero, especialmente nos Estados Unidos e no Chile, e no dia em que começa o julgamento do cardeal francês Philippe Barbarin, acusado de ter escondido o passado pedófilo de um padre.
Esses abusos “varrem, inexoravelmente, o que a vida humana reserva para uma pessoa inocente, causando danos irreparáveis para o resto da vida”, disse o pontífice argentino.
“A Santa Sé e toda a Igreja comprometem-se a lutar e a prevenir tais crimes e a sua ocultação, a estabelecer a verdade dos factos em que os eclesiásticos estão implicados e a fazer justiça aos menores que sofreram violência sexual, agravada pelo abuso de poder e consciência”, acrescentou o papa.
Em 21 de dezembro, nas suas saudações anuais à Cúria Romana (o governo da Santa Sé), o papa já tinha prometido não deixar impunes as “abominações” na Igreja.
O papa convocou os presidentes de conferências episcopais de todo o mundo para uma reunião sobre “proteção de menores”, que será realizada no final de fevereiro de 2019.
Para se preparar, os participantes deverão encontrar-se, nos seus respetivos países, com vítimas de abuso sexual por parte do clero.
Esta reunião “pretende ser um passo no caminho da Igreja, para esclarecer os factos e suavizar as feridas causadas por tais crimes”, disse o papa.
Fonte: SIC Notícias – Portugal