O papa Bento 16 se encontrou com vítimas de abusos sexuais perpetrados por padres nos Estados Unidos, em um exemplo sem precedentes na história do Vaticano.

Por cerca de 25 minutos, o pontífice se encontrou com um grupo de seis vítimas na Embaixada vaticana em Washington. Um porta-voz da Santa Sé disse que Bento 16 rezou com as vítimas e pelas vítimas, algumas das quais estavam em lágrimas.

Ele escutou as histórias contadas pelo grupo e ofereceu palavras de incentivo e esperança, afirmou o porta-voz.

O encontro, não agendado, foi realizado a pedido das vítimas, durante a viagem que Bento 16 faz pelos Estados Unidos.

Da capital americana, o papa vai para Nova York, onde suas palavras são esperadas na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).

Após o encontro, a diretora de uma organização de vítimas de abuso, Bárbara Dorris, qualificou a reunião de “um gesto maravilhoso”, mas insuficiente.

“Esperamos que a reunião tenha ajudado as vítimas a se restabelecer, e que isto as ajude em seu caminho para encontrar paz”, avaliou Dorris.

“Mas nossa preocupação é que, apesar deste gesto maravilhoso, e dos pedidos de desculpa, e de saber que o Santo Padre está sofrendo, nosso temor é que ele ainda não esteja tomando medidas decisivas.” Reconhecimento Mais cedo na quinta-feira, Bento 16 lamentou o comportamento de padres americanos que cometeram abusos de menores seminaristas, em uma missa para quase 50 mil pessoas em Washington.

“Reconheço a dor que a Igreja nos Estados Unidos viveu como resultado do abuso sexual de menores. Nenhuma palavra minha pode descrever a dor e o mal infligidos por tais abusos”, disse o papa.

O repórter da BBC David Willey, que acompanha a viagem do papa, diz que o pontífice “foi até onde pôde, até agora, para responder aos pedidos de reconhecimento da gravidade do que ocorre dentro da Igreja Católica dos Estados Unidos”.

O repórter da BBC lembrou que, em 2002, o ex-arcebispo de Boston, cardeal Bernard Law, foi obrigado a se demitir acusado de acobertar escândalos sexuais em sua diocese.

Hoje, ele vive em Roma e é responsável pela importante basílica de Santa Maria Maior.

Fonte: BBC Brasil

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