O papa Francisco escreveu uma carta de apoio à autora de um livro infantil que aborda a temática gay e que tem enfrentado resistência e proibições na Itália, informou nesta sexta-feira o jornal britânico “The Guardian”.

[img align=left width=300]http://imguol.com/c/noticias/ed/2015/08/28/28ago2015—alguns-dos-personagens-do-livro-piccolo-uovo-1440770406882_615x300.jpg[/img]O livro “Piccolo Uovo” (Pequeno Ovo), de Francesca Pardi, trata de diferentes tipos de relacionamentos e de famílias, incluindo casais homossexuais, para o público infantil.

Na obra, o ovo encontra um casa de pinguins gays, duas coelhas lésbicas que têm uma família, um hipopótamo fêmea que é mãe solteira e um casamento entre cães de diferentes raças, além de um casal de cangurus que adotou ursos polares bebês.

Em junho, o prefeito conservador de Veneza, Luigi Brugnaro, proibiu o livro e outras 50 obras das escolas. Em reação, mais de 250 escritores italianos pediram que seus livros também sejam retirados das escolas, em um “protesto contra um gesto de censura e ignorância”.

Na ocasião, Pardi escreveu para o papa, enviando-lhe uma coleção de livros infantis publicados pela sua editora, a Lo Stampatello, que tratavam da temática LGBT. “Temos respeito pelos católicos (…). Por que não podemos ter a hierarquia da igreja nos apoiando?”, disse ela na carta.

A resposta do papa veio datada de 9 de julho e assinada por Peter Wells, um alto funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano.

“Sua Santidade está agradecida pelo gesto e pelos sentimentos que evocou, sempre esperando por uma atividade cada vez mais frutífera ao serviço das novas gerações e à propagação de valores humanos e cristãos genuínos”, afirma a carta papal, segundo o “Guardian”.

Pardi se disse surpresa com a correspondência. “Não é que ache que ele seja a favor de famílias gays, porque existe uma doutrina católica, mas não devemos pensar que não temos direitos”, afirmou.

A Igreja Católica considera a homossexualidade “contrária à lei natural”. Mas o papa Francisco tem adotado uma abordagem mais conciliadora ao tema.

Em 2013, ele afirmou: “Se alguém é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgar?”.

[b]Fonte: UOL[/b]

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