O papa Francisco destacou a contribuição dada por imigrantes ingleses de tradição protestante para a construção de uma sociedade igualitária e livre nos Estados Unidos, em um de seus últimos discursos na viagem que fez ao país.
Falando para mais de 50 mil pessoas no Independence Mall, em Washington, DC, – local histórico que foi palco da assinatura da Declaração da Independência e da adoção da Constituição dos EUA – o papa afirmou que muitos desses imigrantes foram para o país “com um grande custo pessoal, mas com a esperança de construir uma nova vida”.
Dirigindo-se à enorme comunidade hispânica dos Estados Unidos, Francisco os encorajou a manterem suas raízes: “Não desanimem pelas dificuldades que vocês devem enfrentar. Peço-lhe que não se esqueçam de que, assim como aqueles que chegaram aqui antes, vocês trazem muitos dons a esta nação. Por favor, não se envergonhem nunca das suas tradições”, disse Francisco. “Eu repito, não se envergonhem daquilo que é parte essencial de vocês”.
O pontífice fez menção a uma das primeiras comunidades de imigrantes dos EUA – os Quakers, liderados por William Penn, fundador da Filadélfia em 1682, destacando sua “santa experiência” como uma colônia baseada na tolerância religiosa, e que enriqueceu o país com seu “profundo sentido evangélico da dignidade de cada indivíduo e do ideal de uma comunidade unida pelo amor fraterno”.
Esse elogio aos imigrantes que foram obrigados a fundar os Estados Unidos em nome de sua liberdade religiosa foi ressaltado como uma questão definidora da cultura local: “O sentido de preocupação fraterna pela dignidade de todos, especialmente dos mais fracos e dos vulneráveis, converteu-se em uma parte essencial do espírito norte-americano”, disse o papa, de acordo com informações do IHU.
Lembrando que a liberdade religiosa é “um direito fundamental”, Francisco apontou que é esse o molde da convivência pacífica com pessoas de tradições e pontos de vista religiosos diferentes, e que ela “transcende os lugares de culto e a esfera privada dos indivíduos e das famílias”.
As religiões, de acordo com o papa, “tem o direito e o dever” de viabilizar a construção de uma sociedade onde “um pluralismo saudável” valorize as diferenças, e ser um “precioso aliado no empenho pela defesa da dignidade humana e um caminho de paz para o nosso mundo tão ferido”.
“Em um mundo em que diversas formas de tirania moderna tentam suprimir a liberdade religiosa, ou reduzi-la a uma subcultura sem direito a voz e voto na praça pública, ou utilizar a religião como pretexto para o ódio e a brutalidade, é necessário que os fiéis das diversas tradições religiosas unam as suas vozes para clamar pela paz, pela tolerância, pelo respeito pela dignidade e pelos direitos dos demais”, pontuou.
[b]Fonte: Gospel+ via Boa Informação[/b]