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O Vaticano organizou nesta segunda-feira a conferência internacional “Ciência e Sustentabilidade”, que recebeu, entre outros especialistas, o astrofísico britânico Stephen Hawking, ateu declarado e membro desde 1986 da Pontifícia Academia de Ciências, que reúne cientistas independentemente de sua religião. O Papa Francisco aproveitou a oportunidade para criticar a comunidade internacional por atrasos na implementação de acordos contra as mudanças climáticas.
— A submissão da política à tecnologia e a uma economia que busca lucro acima de tudo é demonstrada na distração, ou no atraso, na implementação dos acordos mundiais sobre o meio ambiente — disse o Pontífice, ressaltando que a comunidade internacional demonstrou “fraca reação” apesar do trabalho dos cientistas a favor da nossa “casa comum. — Nunca foi tão evidente a missão da Ciência a serviço de um novo equilíbrio ecológico global.
— Na modernidade, crescemos pensando ser donos da natureza, autorizados a saqueá-la sem consideração com suas potencialidades secretas e leis evolutivas, como se se tratasse de um material inerte à nossa disposição, produzindo entre outras coisas uma gravíssima perda da biodiversidade — alertou o Papa.
Francisco elogiou a “renovada aliança entre a comunidade científica e a comunidade cristã, que veem convergir seus diversos enfoques da realidade nessa finalidade compartilhada de proteger a casa comum, ameaçada pelo colapso ecológico e pelo consequente aumento da pobreza e da exclusão social”.
— As contínuas guerras pelo predomínio, mascaradas por nobres reivindicações, causam danos cada vez mais graves ao ambiente e à riqueza moral de todos os povos — acrescentou.
Diante dessa realidade, o Papa elogiou os cientistas que “trabalham livres de interesses políticos, econômicos, ou ideológicos” e lhes pediu que “construam uma liderança que indique soluções para temas como a água, as energias renováveis e a segurança alimentar”.
[b]Fonte: O Globo[/b]