O papa Francisco desembarcou no Canadá, na tarde domingo, 24 e foi recebido pelo primeiro-ministro Justin Trudeau e alguns líderes indígenas. O pontífice se reúne nesta 2ª feira, 25, com integrantes de grupos indígenas e é esperado que o chefe da Igreja Católica peça desculpas pelos abusos cometidos nas escolas católicas.
Durante a visita de cinco dias, ele irá se reunir com lideranças para abordar o escândalo de abuso e apagamento da cultura indígena nas instituições. Pelo menos 6 mil crianças teriam morrido por negligência nos locais, segundo estimativas.
Antes do embarque, nesta manhã em Roma, o líder religioso mandou uma mensagem aos canadenses, sinalizando que esta será uma “jornada de reconciliação”.
“Caros irmãos e irmãs do Canadá, eu venho até vocês para me encontrar com os povos indígenas. Espero, com a graça de Deus, que minha peregrinação penitencial possa contribuir para a jornada de reconciliação que já está em andamento. Por favor, me acompanhem em orações”, escreveu Francisco no Twitter.
Túmulos de crianças indígenas
Em 2021, a tribo Penelakut descobriu túmulos de centenas de crianças indígenas enterradas no terreno de uma antiga escola residencial. As instituições de ensino eram financiadas pelo governo canadense e a maioria administrada pela Igreja Católica.
Um relatório de 2015 da Comissão da Verdade e Reconciliação do Canadá mostrou que do século 19 até a década de 1970, pelo menos 150 mil crianças indígenas foram forçadas a frequentar as chamadas “escolas residenciais indígenas”, uma rede financiada pelo governo canadense e administrada pela Igreja Católica, em uma campanha para assimilá-las à cultura dominante. As crianças, porém, eram vítimas de abusos. O documento também estimou que ao menos 6.000 morreram nas instituições. A última escola fechou na década de 1990.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, descreveu a história como “vergonhosa” e criticou os religiosos por não fornecerem acesso total aos registros relacionados às instituições.
O papa Francisco pediu desculpas pela 1ª vez em abril. Disse que a líderes indígenas que o Vaticano sentia “tristeza e vergonha” pelas ações “deploráveis” dos ministros católicos nas escolas. Prometeu que visitaria o Canadá para se encontrar com as comunidades.
Folha Gospel com informações de Metrópoles e Poder360