O papa Bento 16 disse que os religiosos devem trabalhar juntos para defender a vida “desde o momento da concepção até a morte natural”
O papa Bento 16 pediu nesta segunda-feira aos bispos do Brasil que defendam a vida humana em todos os seus períodos, o casamento entre homem e mulher, o direito dos pais de educar seus filhos e a liberdade religiosa.
Ele fez esses pedidos no discurso que dirigiu aos bispos da região Centro-Oeste, liderados pelo arcebispo de Brasília, dom João Braz, que estão no Vaticano em visita “ad limina apostolorum”, uma obrigação de todos os bispos do mundo a cada cinco anos.
Bento 16 disse que os religiosos devem trabalhar juntos para defender a vida “desde o momento da concepção até a morte natural”, a família e o casamento “entre um homem e uma mulher”, o direito dos pais de educar seus filhos, a liberdade religiosa, a paz, a justiça social e os outros direitos humanos.
Além disso, disse que devem atuar de maneira conjunta em suas relações com as autoridades para promover e tutelar a fé e a moral, a tradução dos livros litúrgicos, a promoção e a formação das vocações e o compromisso ecumênico.
O papa ressaltou a importância da ação evangelizadora da Igreja Católica no mundo de hoje e disse que os cristãos têm que dar um renovado exemplo “na atual sociedade secularizada”.
[b]Na eleição
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No dia 28 de outubro, o papa recebeu os bispos do Nordeste, também em visita “ad limina”.
Na sua fala, Bento 16 condenou o aborto e clamou para que um grupo de bispos brasileiros orientasse politicamente fiéis católicos.
Em discurso feito em Roma, o papa reiterou a posição católica a respeito do aborto, condenando o uso de projetos políticos que defendam aberta ou veladamente sua descriminalização.
Próxima do segundo turno, a fala entrou no debate eleitoral.
A então candidata Dilma Rousseff (PT) afirmou que não via constrangimento na declaração do papa.
“Eu acho que é a posição do papa e tem que ser respeitada. Encaro que ele tem o direito de manifestar o que ele pensa. É a crença dele e ele está recomendando uma orientação”, disse.
O candidato do PSDB José Serra disse que era bom o mundo ouvir a defesa da vida feita por intermédio do papa Bento 16, “um guia espiritual muito importante”.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou minimizar a declaração. “Eu não vi nenhuma novidade na declaração do papa. Esse é o comportamento da Igreja Católica desde que ela existe”, avaliou Lula.
[b]Fonte: Folha Online
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