Encontro na cidade natal de São Francisco de Assis comemora evento semelhante organizado há 25 anos por João Paulo II; tema será a paz

O papa Bento XVI anunciou ontem que pretende realizar um encontro na cidade italiana de Assis com líderes religiosos de todo o mundo, recordando o 25.º aniversário de uma iniciativa semelhante organizada por João Paulo II em 1986. O evento, conhecido como Jornada Mundial de Oração pela Paz, será em outubro.

“Vou peregrinar à cidade de São Francisco e convido os irmãos cristãos das distintas confissões, os representantes das tradições religiosas do mundo e, de forma ideal, todos os homens de boa vontade a se unirem a mim neste caminho para renovar solenemente o compromisso dos crentes de toda religião a viver a própria fé como um serviço à causa da paz”, disse o papa ontem, depois da oração do Ângelus na Praça de São Pedro, em Roma. Bento XVI reafirmou que as “grandes religiões podem constituir um importante fator de unidade e de paz para a família humana”.

Nas últimas semanas, diversos discursos papais enfatizaram a importância da liberdade religiosa na construção da paz. Ontem, Bento XVI sublinhou a importância do comprometimento dos líderes políticos para diminuir os conflitos que afligem as nações.

Na mensagem do Ângelus, Bento XVI denunciou o que considera dois extremos negativos atuantes no mundo: “Por um lado, o laicismo, que, de forma muitas vezes oculta, marginaliza a religião para confiná-la à esfera privada; por outro, o fundamentalismo, que pretende impor a religião a todos pela força”.

Em uma mensagem para a Jornada Mundial da Paz, celebrada ontem, o papa já havia afirmado que a “liberdade religiosa não é um patrimônio exclusivo daqueles que creem, mas de toda a família dos povos”. “É um elemento imprescindível do Estado de direito; não se pode negá-lo sem afetar os outros direitos e liberdades, pois são sua síntese e seu cume”, afirmou o papa

Nos pronunciamentos, o papa Bento XVI animou os cristãos a permanecer firmes diante da intolerância e da violência. O pedido ocorreu horas depois de um atentado a bomba matar cerca de 21 pessoas que deixavam uma igreja egípcia depois da missa. O papa condenou a ampliação da campanha contra os cristãos no Oriente Médio. Em um ataque em outubro a uma igreja de Bagdá, 68 pessoas foram mortas.

“Diante das discriminações, abusos e intolerâncias religiosas, que hoje afetam de modo particular os cristãos, dirijo o premente convite a não ceder ao desalento e à resignação”, afirmou o pontífice.

[b]Fonte: Estadão
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