Pastor Domiciano de Lana Barbosa, presidente do campus da Assembléia de Deus, em Mato Grosso, foi denunciado por um grupo de internos e ex-diretores.
Um grupo de oito pessoas, entre internos e ex-diretores, decidiu procurar quarta-feira (20) a comissão de Direitos Humanos da subseção da OAB e a Promotoria para denunciar um suposto esquema de exploração na unidade terapêutica, Casa de Davi, por parte do pastor Domiciano de Lana Barbosa, presidente do campus da Assembléia de Deus, ministério Belém, em Barra do Garças no leste de Mato Grosso.
A denúncia está sendo apresentada formalmente ao promotor Marcos Brant e ao presidente da OAB-BG, Leonardo da Mata, na tarde de hoje. Os ex-diretores Gilberto de Oliveira e Jean César Campos contam que os internos eram utilizados como pedreiros e serventes pelo pastor, que é construtor, e recebiam valores irrisórios pelos serviços.
Além do serviço fora da unidade, que expunha os internos a contato com outras pessoas durante o tratamento, os denunciantes, contam que a comida era de péssima qualidade, inclusive com os pacientes sendo obrigados a comerem sopa de osso. Segundo Gilberto, por diversas vezes os pacientes eram levados para igreja para serem apresentados no altar onde eram chamados de ‘ex-noiados’ com objetivo de comover as pessoas e arrecadar fundos para instituição.
Um dos ex-internos, que acabou abandonando o tratamento, F.S. de 21 anos, conta que ficou dez meses na unidade e que chegou a comer a tal sopa de osso e trabalhou como ajudante de pedreiro para ganhar 15,00 numa obra que depois foi comercializada pelo pastor. Vale ressaltar que a diária é de servente é de 50,00. O interno chamou de humilhação à exposição que acontecia durante os cultos.
Gilberto e Jean conta que forma demitidos da unidade porque não concordavam com métodos utilizados e questionaram o pastor Domiciano.
[b]O OUTRO LADO
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O pastor Domiciano Barbosa nega as denúncias de exploração e explica que os ex-diretores estão magoados porque foram afastados do projeto. Domiciano disse que assumiu o projeto há pouco mais de sete meses tão logo houve a substituição de Lar Cristão para Casa de Davi e que oferece um tratamento alternativo para homens e que cinquenta jovens estão sendo atendidos na unidade.
Domiciano esteve na delegacia, na manhã de quarta-feira (20), onde registrou uma ocorrência contra os ex-diretores por falsa denúncia. Sobre o fato de ser construtor, Domiciano não negou e disse que leva alguns internos para trabalhar com objetivo de ajudar no tratamento e que não existe exploração.
O pastor disse que está aberto para qualquer investigação e pediu aos promotores e advogados da OAB que visitem a unidade.
Domiciano desafiou os ex-diretores provarem as denúncias contra ele e pediu que a sociedade não faça julgamento antecipado. “Em vez de jogar pedras me ajudem com a obra de Deus para recuperar jovens desiludidos por ação maléfica das drogas”, frisou. Hoje a instituição tem apoio da iniciativa privada e do Poder Público.
[b]Fonte: Cenário MT[/b]