Está preso Eliezer Martins por venda de diplomas falsos em diversas cidades de Mato Grosso. Ele se diz pastor da Assembléia de Deus e é acusado de se utilizar do título para assediar outros pastores, principalmente do interior, e lesar fiéis.

Martins foi detido pelo Grupo de Ação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ontem na Capital, no bairro Campo Velho, em um dos muitos endereços que deu às diversas vítimas que já registraram queixa contra ele.

O esquema começou a ser desmantelado em meados de 2006, conforme o promotor Paulo César Dancieri Filho, de Cláudia (608 quilômetros de Cuiabá). “Vítimas vieram me registrar ocorrência e eu comecei a verificar o caso. E desconfiei quando vi que não havia o aval do Conselho Estadual de Educação para entidades que validavam os diplomas em Mato Grosso”, conta o promotor.

De acordo com o mandado de prisão, expedido pela juíza de Cláudia, Virgínia Viana Arrai, o “pastor” estaria vendendo diplomas falsos de 1º e 2º graus em várias cidades cobrando de R$ 700 a R$ 800.

Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), “na casa do pastor foram apreendidos vários documentos, entre eles avaliações em branco, cerca de 50 cheques preenchidos, requerimentos de matrícula em branco e preenchidas por diversas pessoas com cópias de documentos pessoais, fotografias três por quatro, atestados de escolaridade, certificados de conclusão, e o diploma de pastor evangélico pertencente a Eliezer”.

O pastor presidente da Convenção de Mato Grosso da Assembléia de Deus, Sebastião Rodrigues, lembra que há cerca de 2 anos ficou sabendo do golpe e diz ter avisado as unidades da igreja no interior para tomarem cuidado. “O homem, do qual não me lembro o nome, estava passando a conversa nos pastores e pegando dinheiro dos irmãos”. Segundo ele, depois da advertência, nunca mais teve notícias de outras vítimas.

O promotor diz que é possível que o infrator, acusado de estelionato e falsidade ideológica, estivesse agindo desde 2004. É de quando remontam alguns casos. Mas não sabe precisar, nem estimar, quantos diplomas vendeu, quanto angariou com o golpe e se isso o fez juntar patrimônio, ou seja, ficar rico.

Para o promotor é importante destacar que divulgar este caso não é fazer uma crítica contra a igreja em questão, pois se trata de um impostor. Conforme ele diz, requereu instauração de inquérito policial, o que já foi feito, e será investigado inclusive se, realmente, o suspeito atua como pastor. “Temos informações de que ele freqüenta o Grande Templo, em Cuiabá, vamos ver”, avisa o promotor.

Martins foi encaminhado para o Presídio Ferrugem, em Sinop, onde prestará hoje o primeiro depoimento.

Fonte: Diário de Cuiabá

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