Aster* é casada e mãe de quatro filhos. Desde que o marido, que é pastor, foi levado para a prisão por adorar fora das igrejas reconhecidas pelo Estado na Eritreia, prover para sua família ficou sob sua responsabilidade.
Ela falou para a Portas Abertas sobre as dificuldades que a perseguição trouxe, mas também sobre algumas alegrias.
A cristã se casou dois anos após se tornar cristã e já apoiou o marido no pastoreio de uma igreja na Eritreia. “Nós vivemos com amor e servimos ao Senhor juntos. Estávamos cheios de alegria”.
Até que seu marido foi pego orando com amigos e levado preso. “Nós não tínhamos nada naquela época. Até mesmo o aluguel da casa não estava pago e nós não tínhamos economias. Eu estava muito preocupada e me sentia sozinha”.
Como esperado, o principal desafio foi descobrir como sobreviver. “Mesmo que eu tivesse um trabalho, não seria suficiente para cobrir nossos gastos. As crianças precisavam de dinheiro para a escola, transporte e comida. Eu achava difícil ficar calma e perguntei para Deus: ‘se isso é o que você quer, estou deixando tudo com você. Por favor, resolva o problema. Eu não posso fazer nada. Me dá coragem e graça para passar por esse tempo e permanecer forte’”.
Aster começou um pequeno negócio e apesar de conquistar uma renda relativamente boa, não era nada perto do que precisava para cobrir todas as suas necessidades.
“Eu também estava com problemas de saúde. Tinha dores de cabeça frequentes e sofria com uma terrível dor nos joelhos depois de uma queda grave”. Isso fazia com que ela não conseguisse trabalhar com frequência.
No meio de tudo, ela ainda teria que explicar o que aconteceu com o marido para os filhos.
“Quando disse às crianças que o pai foi preso, eles ficaram chocados. Não queria mentir para eles. Eu disse que devíamos passar por tais dificuldades e todos precisávamos orar e adorar a Deus. Meu filho do meio chorou. Eu tentei confortá-lo, assegurando que era a vontade de Deus para nós naquele momento. Eu li o livro de Atos, sobre as dificuldades que os primeiros cristãos passaram, e aquilo os fez se sentirem um pouco melhor”.
Segundo Aster, eles realmente sentem falta do pai.
Fonte: Missão Portas Abertas