O pastor evangélico identificado como Robério Lopes, presidente da Assembleia de Deus Betel, está sendo acusado por prática de estupro a vulnerável que teria sido praticado contra uma adolescente de 16 anos.

O crime teria ocorrido no final da tarde da última sexta-feira, 10, na residência da própria vítima. A mãe e a própria adolescente confirmam o ato sexual, mas o pastor, em entrevista concedida a uma emissora de rádio, negou o crime.

Bastante abalada, a mãe da vítima denunciou o crime na Delegacia Plantonista na noite da mesma sexta-feira, 10, e a vítima foi submetida a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Na manhã desta segunda-feira, 13, o caso chegou ao conhecimento da delegada Lara Shuster, do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) da Secretaria de Estado da Segurança Pública, que já fez os primeiros encaminhamentos ouvindo a mãe e a vítima. “A vítima confirmou que ocorreu o ato sexual”, declara a delegada, que aguarda a liberação do laudo do Instituto Médico Legal para dar prosseguimento às investigações.

Mãe e filha prestaram depoimento na manhã desta segunda, 13, no DAGV. A mãe chegou a conversar com a reportagem do Portal Infonet, momento em que declarou ter conhecido o pastor Robério Lopes meio a uma outra confusão envolvendo uma agressão física que teria sido praticada por um membro da Igreja Betel a um outro filho dela, que também é um adolescente.

“Um outro membro da igreja meteu a mão no meu filho e eu procurei o pastor para denunciar e pedir providência e nem prestei queixa na polícia”, lembra a dona de casa, cuja identidade está preservada. “Quando procurei, ele [o pastor Robério Lopes] me atendeu bem e disse que ia tomar providência, que iria disciplinar o irmão”, conta. “E aí veja que providência ele tomou”, desabafou.

[b]Encontro[/b]

Diante deste primeiro contato, o pastor Robério Lopes teria se aproximado e, com o gesto, ganhou confiança de toda a família. Na quinta-feira, 9, segundo a mãe da vítima, ele entrou em contato dizendo que iria aparecer na casa dela para conversar. E, no dia seguinte, falou apenas com a adolescente [também por telefone], indo, posteriormente, à residência dela no momento em que a mãe estava ausente, fazendo compras. Na residência, a adolescente estava na companhia de uma adolescente que seria a cunhada da vítima.

O pastor chegou na casa e pediu para a cunhada da vítima aguardar do lado de fora da casa, justificando que teria “revelações” para fazer à adolescente e que só poderiam ser ditas em conversa reservada com a vítima. A mãe revela que o pastor passou um óleo na adolescente dizendo que estaria ungindo o corpo dela. “Ele passou o óleo que deixou minha filha sonolenta e aí tirou a roupa dela e realizou o ato sexual”, conta a dona de casa.

A cunhada da vítima também confirma a violência. Ela disse que, após a saída do pastor, a vítima conversou e contou como o crime aconteceu.

O Portal Infonet tentou conversar com o pastor, mas não obteve êxito. Ele apenas concedeu entrevista a uma emissora de rádio e, negando o crime, considerou a acusação “muito grave e preocupante”. Na entrevista, ele revelou que é pernambucano e que está há cinco anos desenvolvendo o trabalho de evangelização em Sergipe. Ele disse que não se pronunciaria para outros veículos de comunicação, que aguardará o pronunciamento da justiça e que estaria disposto a participar de todas as acareações e exames.

Na entrevista, o pastor revelou que há interesses ainda não esclarecidos de terceiros nas denúncias. “Nós vamos descobrir quem está por trás de tudo isso”, comentou. “Estou muito tranquilo, minha cabeça está erguida e se tiver que pagar algum preço, eu pago. Quem quiser acreditar, amém, quem não quiser acreditar que faça o próprio julgamento, minha vida está aí à disposição e os exames vão dizer se sou culpado, estou pronto para tudo”, resumiu.

O pastor revelou que ficará recolhido durante todo o período em que durar as investigações e que não pretende exercer qualquer influência nos procedimentos judiciais. Presidente da Assembleia de Deus Betel, o pastor entregou o cargo no final da manhã desta segunda-feira, 13, segundo informou o pastor Carlão, da igreja Shallon. Apesar de pertencer a outra congregação, o pastor Carlão nutre amizade pelo acusado e revelou que as denúncias são surpreendentes. O pastor Carlão revela que conhece o pastor Robério Lopes há pelo menos um ano e dois meses. “E nunca ele faltou com o respeito. Isso foi uma surpresa para todos nós”, comentou.

[b]Fonte: Infonet[/b]

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