Essa semana, o Centro Americano para Lei e Justiça (ACLJ, sigla em inglês) confirmou através de membros da família do pastor Abedini no Irã, que ele foi transferido da prisão de Evin, em Teerã, para a prisão Rajai Shahr, em Karaj – um lugar ainda mais perigoso, onde ele deverá enfrentar péssimas condições de tratamento e risco de vida.

Segunda-feira (04), um membro da família do pastor Saeed Abedini chegou à prisão Evin, para a visita semanal regular. Lá, ele foi informado que, no dia anterior, o pastor havia sido transferido para fora de Teerã, distante uma hora e meia de carro. O parente viajou então para a prisão Rajai Shahr. Quando chegou, não lhe foi permitido ver Abedini.

A transferência abrupta e não justificada reforça o sentimento antiamericano no Irã, que está ainda mais intenso. A exemplo disso, segunda-feira também foi o dia em que iranianos saíram às ruas para comemorar o aniversário da tomada da embaixada dos EUA no Irã, em 1979. Durante os protestos, multidões gritavam “Morte à América”, em clara oposição à promessa de moderação do presidente atual, Hassan Rouhani.

O ACLJ afirmou que Abedini está agora em uma das prisões mais perigosas do Irã – onde são mantidos os prisioneiros mais violentos – aqueles que foram condenados por assassinato e estupro. Em 2005, Loes Bijnen, um diplomata holandês da embaixada em Teerã, descreveu a prisão Rajai Shahr da seguinte maneira:

“Rajai Shahr é o lugar para onde são encaminhados os prisioneiros políticos vistos como um incômodo ao Estado. Ser condenado a esta prisão é uma punição severa. Uma vez lá dentro, você não é considerado mais como um ser humano. Quem é mantido ali, é tirado do mundo, até mesmo dos direitos humanos, da imprensa, ninguém mais tem conhecimento sobre o que acontece com o prisioneiro. Na Rajai Shahr, os presos políticos têm de conviver com criminosos perigosos, como assassinos, estupradores e viciados em drogas, que não hesitam em atacar seus companheiros de cela. Eles não têm nada a perder: muitos deles estão condenados à morte de qualquer maneira. Assassinatos ou mortes inexplicáveis ​​são ocorrências regulares.”

A transferência do pastor Abedini para essa prisão significa um avanço profundamente perturbador do caso e pode ser vista como uma atitude para colocar sua vida em risco. O próprio presidente dos EUA, Barack Obama, falou ao presidente iraniano Rouhani, em setembro, instando-o a libertar Saeed.

Naghmeh, esposa de Abedini, deu a seguinte declaração em resposta a esta última atualização do caso:

“A notícia da transferência de Saeed para esta prisão é ainda mais difícil de suportar. Estou arrasada e não sei o que dizer a meus filhos. Estou mais preocupada agora com sua segurança do que em qualquer outro momento durante a sua prisão. Eu só posso imaginar o tormento e a angústia que ele está experimentando. Imagino-o tão indefeso nesta prisão perigosa; sem proteção contra o abuso e a violência de outros prisioneiros; vulnerável a um governo radical que continua a violar os seus direitos. Eu sou grata por tudo que o nosso governo [americano] fez no passado – mas, agora, durante este tempo mais perigoso e incerto – mais uma vez suplico ao nosso governo – incluindo o presidente Obama – a lutar pela vida de Saeed e sua liberdade – peço para que lutem por este cidadão dos EUA. Estou fortalecida pela fé em Jesus Cristo, e continuo a orar pela segurança de meu marido e de sua libertação. Também sou muito grata por aqueles que apoiam Saeed e nossa família.”

[b]Fonte: ACLJ[/b]

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