Dizendo ser o “espírito enviado de Deus” e privilegiado por possuir o “esperma santo”, o pastor A.J.B., 46 anos, da Igreja Evangélica Cristã Ministério Filadélfia de Brejetuba, é acusado de molestar sexualmente 20 mulheres. Entre elas estão cinco adolescentes.

O suspeito sumiu da cidade. O nome dele não será divulgado em função de o pedido de prisão ainda não ter sido expedido pela Justiça.

Algumas delas ainda pertencem à igreja. Outras já freqüentaram a instituição e abandonaram sem explicações. Quando construiu a igreja há cinco anos, A. – que se autodenomina bispo – reservou um pequeno cômodo, denominado de “salinha de oração”. O local servia para “trabalhar espiritualmente” os membros da Igreja Filadélfia.

Investigações apontam que a sala teria sido utilizada para abusar sexualmente das evangélicas, com idades entre 14 anos e 25 anos. E a violência não tinha hora para acontecer: as vítimas poderiam ser molestadas antes, durante ou depois do culto. As mulheres recebiam o convite para entrar na “salinha de oração” com a desculpa de que conheceriam o homem de Deus.

Os atos libidinosos eram semelhantes com a maioria delas, iniciando com beijos na boca e carícias. Em seguida, A. despia-se e ordenava à vítima que praticassem sexo oral. Depois, ele depositava o sêmen num lenço branco. Segundo alguns relatos, às vezes ele obrigava as mulheres a engolirem a secreção.

A. mantinha o controle do período menstrual de todas as mulheres que faziam sexo na igreja, por meio de um cadastro. Além disso, proibia a ingestão de anticoncepcionais ou o uso de preservativo.

Algumas mulheres contaram à polícia que conseguiram se livrar das investidas da A. Disseram que era comum ver algumas das vítimas saindo chorando da capelinha. Um membro da própria igreja descobriu os abusos há um mês e denunciou-o à Polícia Civil.

Depoimentos

“A população está revoltada, mas tudo o que queremos é paz”

Cabo Madureira – Policial da 2ª Cia. Independente

“Estou aqui há cerca de um ano e meio e passei a gostar desse povo honesto e sincero que faz do trabalho na lavoura a essência de suas vidas. Os atos do pastor A. envergonharam a sociedade de Brejetuba, que não merecia viver essa situação constrangedora. Essa pessoa veio de fora e os que foram enganados não deverão pagar por ele. A população está revoltada, mas tudo o que queremos é paz”.

“A vinda desse homem foi uma tragédia”

Maria Martinuzzo – oordenadora e professora da Escola Álvaro Castelo

“A vinda desse homem para Brejetuba foi uma tragédia familiar. Ele provocou a discórdia nos lares e tristeza no coração das jovens molestadas sexualmente. A justiça tem de ser feita. Salvei minha filha em tempo. Ela tocava na banda regida por A. e estranhei alguns comportamentos dela, como ter de passar os fins de semana longe dos pais para ensaiar.”

Fonte: Gazeta On line

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