culto em igreja evangélica pentecostalA fé transforma vidas. Está em mentes e em corações. Na mesma intensidade, existe a má fé. Nos políticos que se apropriam do dinheiro público em benefício próprio. E até mesmo em igrejas e pastores que, sem o devido preparo, prometem ‘salvação’ e ‘libertação’.

Essas novas igrejas se proliferam especialmente nas periferias e algumas servem apenas como alimento para o chamado ‘mercado da fé’.

Somente em Vitória existem 90 denominações diferentes de igrejas evangélicas. Não é difícil encontrar pequenos pontos comerciais ou mesmo garagens servindo como templos na Região Metropolitana. Algumas respondem por denominações pouco conhecidas pela maioria e não contam com regimento, o que pode comprometer a execução de um bom trabalho junto à comunidade.

O fato de serem pouco conhecidas ou de contarem com estruturas físicas inadequadas não significa que estejam atrás somente de lucros. Algumas são sérias e contam com o respaldo dos fiéis. Outras, destaca o presidente da Associação de Pastores da Grande Vitória (APGV), Enoque de Castro Pereira, não têm missionários preparados para receber fiéis e ajudá-los a vencer os problemas sociais e espirituais que enfrentam.

A ‘Petencostal Deus do Impossível’ é uma pequena igreja, com matriz localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, que já abriu três filiais no Espírito Santo. Todas em Vila Velha: Aribiri, Soteco e Santa Rita. Os cultos costumam reunir por dia aproximadamente 40 pessoas em cada uma das unidades. Os fiéis pagam dízimo sobre a renda mensal para ajudar a manter o templo. Quem deixa de pagar não é expulso, mas é cobrado pelos missionários.

A dona de casa Claudete Caputo, de 32 anos, freqüenta o tempo de Aribiri regularmente. Ela apóia a igreja com dízimo e não vê problema no aparecimento de tantas denominações diferentes. “Eu encontrei nesta igreja uma que seguia fielmente a palavra do Senhor. Não é uma máquina de fazer dinheiro. A contribuição que a gente tem é através do dízimo e do voto”, afirmou.

No bairro República, em Vitória, existe a ‘Manancial das Águas’. Em Vila Velha, além da ‘Petencostal Deus do Impossível’, funciona em Cobi de Baixo a ‘Assembléia Fogo no Altar’. Em Novo Horizonte, na Serra, tem a ‘Internacional da Graça de Deus’.

Pastor Enoque ressalta que algumas pessoas se auto-proclamam pastores e usam da fé dos outros em benefício próprio, inclusive para ganhar dinheiro. “Muitos abrem um trabalho em benefício próprio. Olhando aquilo como um negócio. Passa a ser vista por alguns como um mercado. O indivíduo abre uma denominação querendo tirar proveito de pessoas. Isso é perigoso”, alertou.

Para o pastor Flaviano Almeida dos Santos, da ‘Internacional da Graça de Deus’, os tempos surgem na medida da necessidade dos moradores do local. “Se nesses bairros periféricos há uma freqüente violência, as igrejas estão ali para servir de refúgio para as pessoas”, defendeu.

As igrejas são, normalmente, associações. A Constituição Federal permite a qualquer um abrir uma associação desde que tenha diretoria formada por um mínimo de cinco pessoas. No Brasil, em 2004, eram mais de 188 mil tempos em funcionamento, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Naquele ano, os evangélicos já representavam mais de 20% da população brasileira. No Espírito Santo, dados da Associação de Pastores da Grande Vitória (APGV) garantem que um a cada três capixabas seja evangélico.

Fonte: Gazeta Online

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