O município alentejano de Alvito e a Diocese de Beja vão estudar, salvaguardar e abrir ao público e investigadores o patrimônio religioso do município, através de um projeto que inclui rotas culturais, exposições, colóquios e publicações.

“Através desta parceria, pretende-se inventariar, estudar, conservar, salvaguardar, divulgar e abrir ao público e a pesquisadores o patrimônio cultural, histórico, artístico e arqueológico do município de Alvito, em particular na sua vertente religiosa”, explicou nest segunda-feira à agência Lusa o prefeito João Paulo Trindade.

“O município de Alvito, apesar de não ser muito extenso, possui uma das mais importantes e fantásticas histórias patrimoniais de pendor religioso do Baixo Alentejo, que merece uma atenção especial”, salientou hoje à Lusa o diretor do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico da Diocese de Beja, José António Falcão.

Antes de tudo, “é preciso inventariar e estudar o patrimônio religioso tão rico que existe no município”, frisou o responsável, defendendo que “sem um conhecimento prévio, não é possível salvaguardar patrimônio”.

Entre os 15 monumentos, a “maior parte” dos quais “está a degradar-se” e apenas seis são visitáveis, o responsável frisou a necessidade de salvaguardar igrejas e capelas rurais históricas.

Sobretudo a Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção (do século 16) e a Igreja de Santo António (século 17), ambas classificadas como imóveis de Interesse Público e que “enfrentam problemas de conservação”.

José António Falcão destacou ainda as capelas rurais de Santa Luzia, de Santa Águeda e Santo António, todas datadas do século 16, classificadas como imóveis de Interesse Público e que “estão degradas” e “correm o risco de desaparecer por completo”.

A salvaguarda das capelas, que são patrimônio particular, “vai ser difícil”, previu José António Falcão, explicando que, “além de intervenções profundas, será necessário sensibilizar os proprietários”.

Uma das primeiras iniciativas do projeto vai ser a realização de uma exposição dedicada à arte sacra do município, que “servirá como ponto de partida para organizar um núcleo museológico interparoquial, dedicado ao patrimônio histórico-religioso de Alvito”, explicou José António Falcão.

A mostra, que deverá realizar-se “ainda durante este ano”, vai acontecer na Igreja de Santo António, “depois de asseguradas as adequadas condições técnicas, de acesso e de segurança” do templo religioso.

O projeto prevê também a criação de um “mecanismo de consultas”, para “permitir o acesso mais efetivo, de investigadores e do público, aos monumentos religiosos do município e respectivos acervos”.

Mecanismos que incluem a realização de percursos e rotas culturais, exposições, colóquios, reuniões científicas, atividades pedagógicas e edição de publicações sobre os monumentos.

Fonte: Lusa

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