Pela primeira vez desde 2013, cristãos iraquianos de Bartella, cidade no noroeste do Iraque recentemente recuperada do controle do Estado Islâmico (EI), puderam celebrar o Natal.
[img align=left width=300]http://2.bp.blogspot.com/-HVPNeXLH-20/VO_IYU8lPiI/AAAAAAAAANs/6_kp-Gat80A/s1600/copts-pray-in-burned-church.jpg[/img]Antes lar de milhares de cristãos assírios, Bartella foi esvaziada em agosto de 2014, quando caiu definitivamente sob poder do EI. A cidade foi retomada por forças iraquianas neste ano, em outubro, em operação que teve apoio dos Estados Unidos. A região é um dos redutos mais antigos do cristianismo no mundo.
“É uma mistura de tristeza e alegria”, disse o bispo Mussa Shemali. Ele aguardava a celebração de uma cerimônia na igreja Mar Shimoni, que foi parcialmente destruída pela guerra. Cruzes e artefatos foram roubados e estátuas foram quebradas. “Estamos tristes em ver o que foi feito dos nossos locais sagrados por nossos próprios conterrâneos, mas, ao mesmo tempo, estamos contentes por celebrar a primeira missa em dois anos”, completou.
O Estado Islâmico perseguiu todos os que não eram muçulmanos sunitas. Mesmo sunitas que não se submeteram à interpretação radical do islã pregada pelo grupo terrorista foram massacrados.
Aos cristãos, foi dado um ultimato: deveriam pagar uma taxa e se converter ao islã ou “morrer pela espada”. A maioria conseguiu fugir para a região autônoma do Curdistão, ao leste.
Ainda levará tempo até que a população possa retornar à cidade, que carece de serviços básicos. Boa parte dos seus prédios ainda traz as cicatrizes da guerra.
“Este é o dia mais feliz da minha vida. Algumas vezes cheguei a pensar que nunca chegaria”, disse Shrook Tawfiq, uma dona de casa de 52 anos que teve que fugir para Erbil, na região curda.
Em Mosul, principal reduto do EI no Iraque, militantes se misturam a civis e reagem às investidas do Exército com ataques suicidas e morteiros. Estima-se que mais de um milhão de pessoas viva nas regiões ainda sob controle do EI.
[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]