Mulher com as mãos postas orando (ilustração)
Mulher com as mãos postas orando (ilustração)

A Bíblia faz um alerta a pessoas com uma fé instável, pois têm a “mente dividida” (Tiago 1:8). Um novo estudo aponta o mesmo: pessoas que não têm certeza sobre seu relacionamento com Deus têm mais chances de sofrer doenças mentais.

O estudo intitulado “Apego a Deus e sofrimento psicológico: evidência de uma relação curvilínea” foi publicado no mês passado no Journal for the Scientific Study of Religion, um jornal acadêmico nos Estados Unidos.

Os pesquisadores W. Matthew Henderson, da Union University, e Blake Kent, do Westmont College, concluem que a “ansiedade ou falta de certeza sobre o relacionamento de alguém com o divino representa uma ameaça ao bem-estar psicológico.”

O estudo usou dados da Pesquisa de Religião da Universidade Baylor, de 2010, incluindo mais de 1.600 americanos que acreditam em Deus.

Embora pesquisas anteriores mostrem a influência positiva da fé na saúde mental, Henderson observa que não há muitos dados disponíveis sobre como a relação pessoal com Deus afeta a saúde mental.

Usando o conceito da “Teoria do Apego” — que trata do vínculo entre um indivíduo e seu cuidador — os pesquisadores começaram a examinar como o relacionamento pessoal das pessoas com Deus impactam sua saúde mental.

Com base na teoria, o pesquisador explica que o vínculo entre a criança e seus cuidadores vai determinar seu comportamento e relacionamentos futuros. O mesmo, segundo eles, acontece no relacionamento com Deus.

“Se você acha que Deus é consistente e pronto a responder, geralmente chamamos isso de ‘apego seguro’ a Deus. Se você acha que Deus está indiferente e distante e não pode realmente confiar Nele, esse é um estilo de ‘apego evitativo’. E se você simplesmente não tem certeza, isso é uma espécie de ‘apego ansioso’”, explicou Henderson ao Christian Post.

Quem são as pessoas sujeitas ao sofrimento mental?

Segundo os pesquisadores, “os níveis mais altos de sofrimento psicológico foram previstos para pessoas que estavam no meio da medida de apego seguro-evitativo”.

Pessoas com um relacionamento mais “seguro” com Deus experimentaram níveis de estresse mais baixos. No entanto, o nível baixo de estresse também foi identificado entre aqueles com um relacionamento “distante” com Deus.

Isso significa, segundo Henderson, que os que mais sofrem psicologicamente são aqueles que estão no meio — nem distantes, nem totalmente confiantes em Deus.

“Os níveis mais altos de sofrimento psicológico são observados nas pessoas que estão no meio”, destacou.

De acordo com Henderson, pessoas que não têm certeza sobre seu relacionamento com Deus podem ter sua angústia aliviada se tiverem acesso ao apoio de uma igreja saudável.

“Se as pessoas estão inseguras ou passando por uma pequena crise pessoal em suas vidas, e se essa crise tende a se misturar também com sua visão sobre Deus, quanto mais lutarem isoladamente, mais suas crenças vão levar à ansiedade”, disse Henderson. “Mas se elas puderem fazer isso em uma congregação saudável, provavelmente terão uma maior estabilidade em meio aos momentos difíceis e estressantes em suas vidas.”

As descobertas do estudo revelam a complexidade da crença em Deus e seu impacto na saúde mental.

“O que eu descobri olhando para a pesquisa é que você tem que acreditar que Deus é uma certa forma para se correlacionar com uma boa saúde mental, que há uma forma de acreditar em Deus que é mais saudável do que outras”, observa Henderson.

Fonte: Guia-me com informações de The Christian Post

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