Um dia após ser divulgado o caso de um pai de Amstetten que manteve sua filha presa e que teria abusado sexualmente dela, muitos habitantes desta pequena localidade austríaca se mostraram hoje indignados e consternados.

Pessoas entrevistadas pela Agência Efe nas proximidades da casa na qual a moça era mantida presa, nas proximidades do centro desta localidade de 23 mil habitantes e que fica a 130 quilômetros de Viena, expressaram sua surpresa e horror diante deste crime.

Josef Fritzl, um engenheiro aposentado de 73 anos, manteve uma de suas filhas trancafiada em um porão de cerca de 60 metros quadrados por 24 anos, período no qual abusou sexualmente dela em várias oportunidades. Umas das conseqüências deste crime foi o nascimento de seis crianças.

Apesar de todas as crianças terem nascido no porão, Fritzl deixou três na porta de sua própria casa, como se a mãe os tivesse abandonado ali. Desta forma ele e sua mulher os adotaram.

Por outro lado, as outras três crianças que nasceram da relação incestuosa permaneceram presas até há poucos dias.

Vários vizinhos falaram hoje de sobre supostos antecedentes criminais de Fritzl por assédio sexual contra mulheres, na maior parte grávidas, mas estes rumores ainda não foram confirmados pelas autoridades.

Outros vizinhos afirmaram que no passado lhes chamou a atenção o mau cheiro que saía das chaminés da casa, um possível indício de que Fritzl queimava ali o lixo gerado pelos prisioneiros.

Elisabeth Fritzl desapareceu em 1984 e desde então a versão oficial era de que a jovem aderiu a uma seita em um local desconhecido, na qual teve vários filhos, que não conseguia criar e consequentemente deixava na casa de seus pais.

“Sempre soubemos que a filha estava em uma seita e que deixava seus filhos com seus pais, o que para muitas pessoas parecia admirável por parte dos avós”, declarou uma vizinha.

Outro vizinho afirmou que o suspeito era um homem “normal e comum, sempre amável e em bom estado físico”.

Segundo a primeira declaração da vítima, seu pai começou a abusar dela quando tinha 11 anos de idade e aos 18 a deteve.

Um vizinho afirmou hoje que “Rosamarie, a mãe de Elisabeth, sempre disse que seu marido estava muito triste pelo desaparecimento da menina, pois era sua filha preferida”.

“Há três semanas falei com ela e lhe perguntei por sua filha e me disse que continuavam sem notícias e que acreditavam que estava em uma seita”, declarou a mulher.

A verdadeira versão desta história acabou sendo descoberta no último domingo, quando a filha mais velha de Elisabeth, de 19 anos, foi internada em um hospital local gravemente doente.

Fonte: EFE

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