Estação Primeira de Mangueira faz boneco do Judas com foto do prefeito Marcelo Crivella
Estação Primeira de Mangueira faz boneco do Judas com foto do prefeito Marcelo Crivella

A primeira noite de desfiles das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro na noite deste domingo (11), foi marcada por protestos.

A Estação Primeira de Mangueira, fez um protesto velado ao prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella, que cortou o repasse de verbas as escolas de sambas em 2018.

A Mangueira trouxe o enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”, trazendo para a avenida em seu último carro alegórico um “boneco de Judas” com a figura de Crivella, com a frase “Pega no Ganzá”. Abaixo do boneco, a frase: “Prefeito, pecado é não brincar o Carnaval!” decorava um tripé.

A escola também trouxe em seu primeiro carro, uma silhueta de braços abertos com a placa dizendo “Olhai por nós, o prefeito não sabe o que faz”.

Por meio de uma nota oficial da Riotur, na manhã desta segunda-feira (12), a prefeitura do Rio de Janeiro lamentou a falta de respeito e a ofensa gratuita da Mangueira e destacou que, a despeito da crise econômica que a cidade enfrenta, foram investidos quase R$ 80 milhões no Carnaval.

A decisão de criar a boneco foi do carnavalesco Leandro Vieira, que teve total liberdade dentro da escola. “Foi a resposta para ele repensar o que fez com o Carnaval. Cometeu a maior injustiça com a maior festa popular do mundo, que é o Carnaval. E a Mangueira se propôs a se rebelar contra isso tudo. E foi isso que você viu aí”, disse o presidente da escola, Chiquinho da Mangueira.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela prefeitura

“A Prefeitura lamenta a falta de respeito e a ofensa gratuita. E lembra que, apesar da grave crise econômica vivida pela Cidade do Rio de Janeiro no ano passado,  foram investidos quase R$ 80 milhões no carnaval. Só em recursos captados junto à iniciativa privada foram levantados R$ 38,5 milhões, o maior valor já captado. No caso das escolas do grupo especial, as agremiações receberam R$ 13 milhões da prefeitura, R$ 1 milhão para cada uma, mesmo valor que recebiam até 2015, sendo que naquele ano eram 12 escolas. Além disso, mais R$ 6,5 milhões foram obtidos com a iniciativa privada, totalizando R$ 19,5 milhões.”

“A prefeitura também repassou R$ 10,5 milhões para que as escolas dos grupos de acesso e as escolas mirins preparassem seu carnaval. Além disso, obteve mais R$ 3,5 milhões, que possibilitaram a montagem da infraestrutura na Intendente Magalhães, onde há um espetáculo gratuito em que desfilam escolas de samba dos demais grupos que não saem na Marques de Sapucaí. A Prefeitura também abriu mão de taxas que sempre foram cobradas das escolas nos governos passados no valor de R$ 200 mil. Com muito esforço e criatividade, a Prefeitura investiu e se mobilizou para que o carnaval deste ano transcorra com organização, limpeza e segurança não só nos desfiles das escolas de samba, mas em toda a cidade.”

Crivella faz viagem oficial à Europa durante o Carnaval

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), evitou, pelo segundo ano consecutivo, o desfile das escolas no Sambódromo carioca. Ele partiu na noite de domingo (11), primeiro dia das apresentações do Grupo Especial, para viagem oficial à Europa, que inclui passagens por Alemanha, Áustria e Suécia. Voltará na quinta-feira.

Criticado em 2017, seu primeiro ano no cargo, por não comparecer à Passarela do Samba durante o maior evento da cidade, o prefeito, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, chegou a anunciar que este ano iria ao evento.

Nos últimos dias, porém, assumiu postura e discurso contraditórios com o anúncio. Minimizou a importância do Carnaval e, após hesitação e informações desencontradas, participou da tradicional entrega da chave da cidade ao Rei Momo, na semana passada. Quem a entregou, porém, não foi Crivella, que evitou tocar no instrumento.

Em vídeo publicado em sua página oficial no Facebook, ele explica que vai à Frankfurt, na Alemanha, conhecer a Agência Espacial Europeia (ESA) e empresas que fornecem tecnologia de segurança. O objetivo, afirma, é implantá-las no Centro Operações Rio (COR), órgão da prefeitura que monitora clima e trânsito.

“A viagem é para trazer soluções inovativas, tecnologia para melhorar a nossa segurança. Mas quinta-feira a gente está de volta. Só estamos aproveitando essa folguinha do carnaval para ir buscar uma coisa que o Rio está precisando. É claro que o Rio de Janeiro tem a Guarda Municipal, tem a Polícia Militar, tem a Força Nacional de Segurança, a Polícia Rodoviária, a Polícia Federal. Todos são muito importantes, mas nós precisamos também de tecnologia para trazer coisas boas e melhorar a segurança do Rio”, disse o prefeito no vídeo.

O prefeito fez questão de ressaltar que “todos os cuidados foram tomados para que o Carnaval carioca seja incrível”.  Antes do Carnaval de 2018, Crivella foi acusado de ser um prefeito “anticarnavalesco”, por ter cortado pela metade a subvenção às escolas de samba. O prefeito nega: diz que, devido à crise, precisou redirecionar verbas para setores mais prioritários, como creches.

Fonte: UOL e Zero Hora

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